Política

"O MEC foi transformado em um balcão de negócios": Deputados da Bahia reagem a prisão de Milton Ribeiro

Ex-ministro da educação, Milton Ribeiro teve pedido de prisão decretado pela Justiça  |  Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Publicado em 22/06/2022, às 09h26 - Atualizado às 11h18   Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil   Vinícius Dias

Parlamentares da Bahia reagiram de imediato à prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, decretada pela Justiça na manhã desta quarta-feira (22). No documento de despacho da prisão preventiva, são citados crimes de tráfico de influência, prevaricação, advocacia administrativa e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao MEC.

Expedido pelo juiz federal Renato Borelli, no âmbito da operação "Acesso Pago", o mandado determina que o ex-ministro seja levado para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, para realização de audiência de custódia, prevista para quinta-feira (24).

Entenda o caso

O primeiro deputado federal baiano a se manifestar foi o petista Valmir Assunção. Em sua conta pessoal no Twitter, o parlamentar relatou o motivo da prisão de Milton Ribeiro.

Ex-ministro da educação, Milton Ribeiro, preso em operação sobre corrupção no MEC, sobre as denúncias de pedido de propina até mesmo em ouro em troca de recursos para municípios. #BolsolãoDoMEC

— Valmir Assunção (@DepValmir) June 22, 2022

Ao BNews, a deputada Dayane Pimentel (União Brasil) declarou que a prisão de Milton Ribeiro resume bem o governo Bolsonaro, que classificou como uma mistura do extremismo, da corrupção, do caos e da desumanide: "Os fatos vão aparecendo e a verdade sendo reestabelecida. É lamentável que a nossa esperança tenha sido traída dessa forma tão cruel. Mais um governo corrupto e hipócrita".

Bolsonaro jogou fora a maior chance da esquerda engolir tudo o que dizia da direita. Resultado: o extremismo, à corrupção, o caos e a desumanidade tomaram conta desse governo. Tudo isso é apenas uma ponta de um iceberg sombrio. Nenhum mal pode durar para sempre. #GovernoCorrupto

— Professora Dayane Pimentel (@deppimentel) June 22, 2022

Deputada do PC do B, Alice Portugal afirmou que a prisão preventiva de Milton Ribeiro e os mandados cumpridos pela Polícia Federal quebram o que classificou como o Balcão do MEC. Entre os deputados petistas, o caso é tratado como "Bolsolão do Ministério da Educação".

"O Brasil acordou com a confirmação de algo que já estava sendo publicado amplamente pela imprensa. A verdade é que o MEC foi transformado em um balcão de negócios a serviço de interesses excusos enquanto a educação continuou aos pedaços. Isso está sendo confirmado agora no quinto ministro com cortes excessivos na educação, que podem fazer parar os Institutos Federais e Universidades agora em setembro", disse Alice Portugal ao BNews.
 
Ela completou que é preciso investigar e punir quem utilizou a máquina pública em benefício de próprio. "O governo Bolsonaro afunda-se na corrupção, o Brasil precisa de um outro rumo", completou.

 

URGENTE🚨🚨
Balcão do MEC é quebrado!!!
Ex-ministro Milton Ribeiro e mais quatros suspeitos de operar esquema de corrupção no ministério são presos pela PF!

— Alice Portugal (@Alice_Portugal) June 22, 2022

Ex-prefeita de Salvador e ex-senadora, a deputada Lídice da Mata (PSB) afirmou que "haverá uma cortina de fumaça vinda do Palácio do Planalto para tentar desviar a atenção da opinião pública sobre o assunto", que classificou como gravíssimo.

"O mais grave disso tudo é que há áudios e provas de que o ex-ministro Milton Ribeiro negociava com prefeitos a liberação de recursos federais mesmo sem ter cargo no governo e tudo por determinação do presidente da República. É preciso que a investigação tenha a sua continuidade garantida e que o presidente não faça mudanças na PF", disse Lídice ao BNews.

VÍDEO: Câmera de segurança registra momento exato da prisão de ex-ministro Milton Ribeiro; assista agora pic.twitter.com/lVziSUbz6Z

— BNews (@bnews_oficial) June 22, 2022

A Polícia Federal investiga Milton Ribeiro por suposto favorecimento aos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura e a atuação informal deles na liberação de recursos do ministério. Há suspeita de cobrança de propina. Foram cumpridos cinco mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nos estados de Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal.

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