Em resposta a Moraes, Bolsonaro diz que não tinha receio de prisão e nega que buscou abrigo em embaixada da Hungria

O ex-presidente Jair Bolsonaro encaminhou uma resposta ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, para esclarecer sua estadia de duas noites na embaixada da Hungria em Brasília. Segundo ele, não havia receio de prisão e que é "ilógico" supor que ele se abrigou lá em busca de asilo. As informações são da coluna Malu Gaspar, do O Globo.

Em esclarecimento dado após ordens de Moraes, os advogados de Bolsonaro não voltaram a argumentar que o ex-presidente teria passado dois dias na embaixada “atualizando os cenários políticos das duas nações”, como foi dito na nota pública divulgada na última segunda-feira (25).

Os advogados argumentam que, em 9 de fevereiro, a Polícia Federal já havia efetuado prisões, cumprido ordens de busca e apreensão, além de confiscar o passaporte do ex-presidente, o que demonstra que não havia intenção de prendê-lo. Com base no argumento, a defesa e o próprio ex-presidente defendem que se ele tivesse que ser preso, teria sido no próprio dia 8.

"Portanto, diante da ausência de preocupação com a prisão preventiva, é ilógico sugerir que a visita do peticionário à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga", afirma a petição, assinada por Paulo Amador Cunha Bueno e Fabio Wajngarten. "A própria imposição das recentes medidas cautelares tornava essa suposição altamente improvável e infundada", diz a defesa.

Operação Tempus Veritais

A operação investiga a participação de Bolsonaro e assessores próximos na coordenação de uma suposta tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Lula.

Na última segunda-feira (25), quando o caso foi exposto pelo jornal New York Times, o Ministério das Relações Exteriores convocou o embaixador a prestar esclarecimentos sobre a hospedagem de Bolsonaro na representação diplomática do país em Brasília.

Segundo o jornal americano, imagens de câmeras de monitoramento registraram o momento que Bolsonaro chegou no local em 12 de fevereiro, dias após ele ter entregado o passaporte em uma operação da Polícia Federal. No entanto, o ex-presidente só foi visto saindo da embaixada dois dias depois, no dia 14.

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