Política

Milton Ribeiro recebeu depósito de R$ 50 mil de pastor evangélico, dizem aliados

Ex-ministro Milton Ribeiro e pastor Gilmar Santos foram presos nesta quarta-feira (22)  |  Geraldo Magela/Agência Senado

Publicado em 22/06/2022, às 18h48   Geraldo Magela/Agência Senado   Redação BNews

O ex-ministro Milton Ribeiro, preso na manhã desta quarta-feira (22), durante a Operação Acesso Pago, da Polícia Federal (PF), recebeu um depóstio de R$ 50 mil na conta bancária feita pelo pastor Gilmar Santos, um dos investigados pela corporação por um suposto esquema de corrupção no Ministério da Educação (MEC).

De acordo com a CNN Brasil, a informação foi confirmada por aliados do também pastor que ficou à frente da pasta por 1 ano e oito meses.

O advogado de Ribeiro, Daniel Bialski, confirmou que houve uma transação financeira entre o pastor e o ministro, enquanto ele estava no cargo, e que ocorreu em decorrência da venda de um carro, um modelo Ford Ecosport, que pertencia à esposa do ministro. O defensor, no entanto, disse desconhecer com precisão o valor do depósito.

Denúncias

O ex-ministro Milton Ribeiro se envolveu em um esquema de favorecimento a pastores no MEC, de acordo com um áudio obtido pela Folha e em reportagens do Estadão.

Em uma gravação, o ministro afirma que recebeu um pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL) para que a liberação de verbas da pasta fosse direcionada para prefeituras específicas a partir da negociação feita por dois pastores evangélicos que não possuem cargos no governo federal.

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“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, diz o ministro na conversa com prefeitos e outros dois pastores, segundo o jornal.

Além de Gilmar Santos - preso também nesta quarta-feira (22) durante a Operação Acesso Pago -, o também pastor Arilton Moura é citado nos áudios. Segundo o jornal, os dois religiosos têm negociado com prefeituras a liberação de recursos federais para obras em creches, escolas e compra de equipamentos de tecnologia.

No ano passado, para poupar as emendas parlamentares de um corte maior, o governo promoveu um bloqueio de R$ 9,2 bilhões de despesas de ministérios e estatais que atinge principalmente a Educação.

Milton Ribeiro negou que tenha favorecido pastores. Em nota enviada à CNN, na ocasião, o ministro dizia ainda que o presidente “não pediu atendimento preferencial a ninguém, solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem”.

O então titular da pasta deixou o Ministério da Educação em 28 de março, sendo sucedido por Victor Godoy Veiga.

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