Política
Publicado em 17/04/2022, às 18h40 Foto: Reprodução Klaus Richmong / Folhapress
A aparição do presidente Jair Bolsonaro (PL) na Vila Belmiro neste domingo (17) para a partida entre Santos e Coritiba, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, pode ter infringido o protocolo de saúde estipulado pelo governo estadual.
Para ter acesso ao estádio, é exigida a apresentação de quadro vacinal completo contra o coronavírus –seja por duas doses ou dose única– ou testes negativos do tipo antígeno ou RT-PCR. Sem ter tomado qualquer vacina contra Covid-19, ainda não se sabe como foi avalizada a entrada do político.
Procurada pela Folha, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) disse que a logística de entrada e posicionamento no estádio cabe somente ao clube mandante e que as exigências para acesso estão relacionadas ao protocolo sanitário local.
O Santos, por sua vez, não respondeu aos questionamentos enviados pela reportagem desde a manhã de sábado (16). O governo estadual também não se manifestou sobre o ocorrido.
Bolsonaro chegou às 10h20 ao estádio neste domingo. O político optou por vir de carro, acompanhado de grande comitiva e da segurança presencial. No caminho, ainda parou para cumprimentar apoiadores na balsa entre Santos e Guarujá.
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O plano inicial era para que pousasse de helicóptero no campo da Portuguesa Santista, clube localizado a menos de 1 km de distância da Vila Belmiro, e seguisse para o estádio.
Antes do jogo começar, ao ser notado no camarote do presidente do clube, a maior parte da torcida dirigiu ofensas e vaias ao presidente, enquanto outros gritavam "mito".
Durante a venda de ingressos para o confronto com o Coritiba, o Santos informou em seu site que "torcedores que não apresentaram a documentação e/ou se recusarem, antes ou durante o jogo, de cumprir as medidas estabelecidas, não serão admitidos no estádio e/ou serão retirados".
A rejeição à ida do político ao estádio foi declarada pela principal organizada da equipe, a Torcida Jovem. Dois dias antes do confronto, pelas redes sociais, os torcedores disseram que o político não era bem vindo e declararam que a visita tinha cunho político, como uma "manobra em busca de apoio às custas da paixão".
A segunda visita de Bolsonaro ocorreu em 28 de dezembro de 2020, quando participou de um amistoso beneficente com atletas, ex-atletas, dirigentes e músicos.
Ele ficou alguns minutos em campo e comemorou um gol fazendo o gesto de armas com as mãos, popularizado durante sua campanha à presidência.
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