Política

Aglomeração, agressão a jornalista e crítica a governadores; como foi a passagem de Bolsonaro pela Bahia

Henrique Brinco/BNews
Bnews - Divulgação Henrique Brinco/BNews

Publicado em 26/04/2021, às 17h02   Redação BNews


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O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), chamou atenção ao vir inaugurar um trecho da duplicação da BR-101, em Feira de Santana, nesta segunda-feira (26). Mas o que surpreendeu não foi a obra, mas, sim, o que ele fez na cidade.

Logo quando chegou no trecho entre Conceição de Jacuípe e Feira, Bolsonaro, sem máscara em meio a uma pandemia, promoveu uma aglomeração com assessores e aliados, incluindo o ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), deputado federal pela Bahia licenciado.

Em entrevista à imprensa - agora de máscara -, o presidente se irritou e ofendeu a repórter Driele Veiga, da TV Aratu, depois de ser questionado sobre ter pousado ao lado do apresentador SiKêra Júnior para uma foto segurando um "CPF cancelado", em referência a mortes de suspeitos.

Reação

O ataque de Bolsonaro à jornalista fez com que o ex-prefeito de Salvador e antigo aliado, ACM Neto (DEM), e o governador Rui Costa (PT), repudiassem a atitude.

"Quero me solidarizar com a jornalista Driele Veiga, a quem conheço bem e sei da seriedade, competência e educação. É fundamental que, em uma democracia, o presidente da República compreenda e respeite o papel da imprensa", escreveu o também presidente nacional do DEM, nas redes sociais.

"Ao invés de trabalhar, ele ataca governadores, ameaça as instituições, provoca aglomerações, despreza as vacinas. E continua agredindo jornalista. Lamentável. Minha solidariedade a Driele Veiga e a todos os jornalistas que têm convivido com essa rotina de ofensas do presidente", escreveu Rui.

O Sindicato dos Jornalistas da Bahia também repudiou a agressão.

"Nova independência"

Durante o discurso no evento, Bolsonaro também voltou a criticar os governadores que adotam medidas restritivas contra a disseminação do coronavírus, além de indicar um "novo grito de independência".

"Está chegando a hora do Brasil dar um novo grito de independência. Não podemos admitir alguns pseudo-governadores imporem a ditadura no meio de vocês, usando um vírus para subjugá-los [...] sempre dissemos que, além do vírus, tínhamos que nos preocupar com o emprego. Não foi o Governo Federal que obrigou vocês a ficarem em casa, que fechou o comércio, que destruiu milhões de empresas", declarou Bolsonaro aos apoiadores, que reagiram aos gritos "mito, mito".

Aliados

Bolsonaro estava rodeado de aliados baianos durante o evento. No mesmo voo presidencial, estavam Cláudio Cajado (PP), Jonga Bacelar (PL) e Zé Rocha (PL).

Um dos presentes foi o vereador de Salvador Alexandre Aleluia (DEM) - bolsonarista assumido. Em entrevista ao BNews, ele disse que a prioridade é criar um palanque na Bahia para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). 

Uma presença que chamou atenção foi a do também vereador Sidninho (Podemos). O parlamentar chegou a ocupar o cargo de líder da oposição na Câmara até o ano passado. "[...] A gente entendeu que deveria seguir o caminho de Bolsonaro e do ministro João Roma", disse à reportagem.

Prefeito de Feira, Colbert Martins (MDB) ressaltou ao BNews sua fidelidade ao grupo de ACM Neto (DEM). O ex-prefeito de Salvador tem feito fortes críticas a Bolsonaro.

"Vamos esperar para ver, mas o meu compromisso já é definido com ACM Neto. O deputado federal João Roma tem posição política que acho forte, boa, tranquila para a Bahia. Vamos aguardar o tempo necessário para eu me posicionar", disse.

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