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Guerra impede exportação de carne à Rússia e preocupa indústria frigorífica do Brasil

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A Rússia representa apenas 2% da exportação de carne do Brasil em 2021  |   Bnews - Divulgação Arquivo/Agência Brasil

Publicado em 28/03/2022, às 09h54   Redação BNews


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A Rússia representa apenas 2% das exportações de carnes do Brasil em 2021, entretanto, a guerra iniciada pelo país na Ucrânia é motivo de preocupação para a indústria frigorífica do Brasil. As negociações estão suspensas desde o início do conflito que já dura mais de um mês. Com isso, o setor amarga novo aumento nos custos de produção, sobretudo em aves e suínos, e tem visto piorar uma crise logística que, desde 2020, vem inflacionando o frete marítimo internacional.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Camardelli, as transações estão paralisadas devido a dificuldade de efetuar seguro da carga.

“A gente suspendeu um pouco as negociações de contratos novos porque existe dificuldade com armadores, dificuldade de efetuar seguro da carga, dificuldade mesmo de encontrar companhias que estejam aceitando o Booking, às vezes também tem dificuldade de largar essa mercadoria no porto onde foi feito o acerto, então a gente optou por consolidar os produtos que já estavam chegando e resolver os impasses e aguardar um pouco até que isso se normalize de alguma forma”, relata o presidente em entrevista à Revista Globo Rural.

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Camardelli destacou ainda os prejuízos enfrentados pelos exportadores: “Tem um prejuízo imediato que é o financeiro e comercial, depois o prejuízo da retirada do seu produto na gôndola, da sua participação no mercado, seja no mercado direto seja na participação como ingrediente em embutidos. Então, a gente avalia, estuda e considera isso progressivamente todo dia praticamente”, conta o executivo.

Por outro lado, segundo o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, do ponto de vista dos custos, o cenário é preocupante, sobretudo para a indústria de aves e suínos, mais dependentes do consumo de grãos e derivados. “Isso é algo que é inevitável. Quando a Rússia e Ucrânia, que têm 30% do mercado mundial de trigo e 20% do mercado mundial de milho, saem nem que seja momentaneamente do mercado de oferta, isso acaba gerando uma maior pressão nos outros fornecedores e entre eles está o Brasil”, reconhece o presidente.

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