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Projeção da Embrapa aponta que Brasil pode produzir 1,5 milhão de toneladas a mais de trigo

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Atualmente, 65% do trigo utilizado no Brasil são importados de outros países  |   Bnews - Divulgação Pixabay

Publicado em 26/08/2022, às 17h05   Redação BNews


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A colheita de trigo nas principais regiões produtoras do Brasil tem o potencial de crescer em mais de 1,5 milhão de toneladas, sem adição de áreas de plantio ou desenvolvimento de novas tecnologias. É o que afirma a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Segundo reportagem da CNN Brasil, atualmente, 65% do trigo utilizado no Brasil são importados de outros países. Destes, 85% vem da Argentina. O restante vem da Ucrânia, que está atrasando a entrega por causa da guerra com a Rússia, aumentando assim o preço da commodity.

A expectativa da indústria e de produtores de trigo é de que o país seja autossuficiente na produção do produto.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), o Brasil pode produzir 10 milhões de toneladas de trigo neste ano, acima da projeção do governo de 9 milhões de toneladas.

O presidente da entidade, Rubens Barbosa, afirma que investimentos para aumentar a área e a produção de trigo sugerem que o Brasil, importador líquido, pode ser autossuficiente no cereal em cinco anos, mais rápido do que os 10 anos previstos pelo governo.

Ele ressalta que há 4 anos, o Brasil produzia 6 milhões de toneladas, ou seja, houve um aumento de cerca de 40% na produção do trigo no país.

A Embrapa identificou locais em que o rendimento das lavouras está abaixo do potencial e poderia melhorar com a adoção de recursos já disponíveis.

O trabalho da instituição abrangeu 457 municípios de 79 microrregiões nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, além do Distrito Federal.

Os resultados foram disponibilizados no documento “Lacunas de rendimento de grãos de trigo em áreas de atuação de cooperativas no Brasil”. Os resultados obtidos foram enviados às cooperativas participantes, acompanhados por um questionário.

“Perguntamos quais seriam as causas daquelas diferenças encontradas e que ações poderiam ser encaminhadas para sanar essas lacunas”, conta o analista da Embrapa Trigo, Adão Acosta.

Na análise com o trigo, foi analisada a série histórica de dados de produtividade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2003 a 2018, e comparadas microrregiões dentro da mesma Região Homogênea de Adaptação de Cultivares de Trigo (RHACT). São quatro RHACTs no Brasil, que delimitam áreas com condições semelhantes de temperatura, chuva e altitude, fatores que condicionam o rendimento da triticultura.

Ainda de acordo com a CNN Brasil, em cada RHACT, a equipe da Embrapa identificou, a partir dos dados do IBGE, a microrregião com maior produtividade alcançada em um determinado ano, por meio das médias registradas em cada município. Esse valor foi estabelecido como produtividade potencial e utilizado para calcular as lacunas de rendimento nas demais.

Segundo o presidente da Abitrigo, Rubens Barbosa, o valor do produto não vai mudar internamente, pois a indústria não repassou o aumento da commodity.

De fevereiro até hoje, o preço trigo aumentou 70%. No acumulado deste ano, a farinha de trigo teve uma alta de cerca de 26%, ou seja, o setor está segurando os preços. Com isso, as chances de alta do preço serão menores.

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