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Confira as raças de cachorros 100% brasileiras e as características desses cães

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Procura por raças de cachorros 100% brasileiras ainda é baixa no Brasil  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Instagram @dogbreedoftheday
Milena Ribeiro

por Milena Ribeiro

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Publicado em 24/10/2023, às 14h15


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Mesmo com a alta no número de cachorros em ambientes domésticos no Brasil, o país não apesenta tradição de manter raças nativas nesses espaços. A veterinária comportamental, Rebecca Terra, falou sobre as raças brasileiras de cães e de como elas são pouco valorizadas no território nacional. Rebecca ainda explicou o porquê dessa situação e comentou sobre as características desses animais.

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Os animais, segundo a veterinária, assim como os seres humanos, também podem ser nativos de um país específico. Ao site Estado De Minas, Rebecca disse que essas raças são a padronização das características desejadas de determinados animais.

“Uma determinada população cruzou animais com características desejadas e, ao atingir animais 'ideais', os cruzou entre si para perpetuar indivíduos com tais fenótipos. É importante ressaltar que, mesmo as raças brasileiras tendo sido formadas aqui, elas são descendentes de raças estrangeiras”, afirmou.

A veterinária especializada em neurologia canina, Lara Halterbeck, também explicou que, embora o país tenha uma grande fauna, não é referência quando se trata de raças caninas. Ao Estado de Minas, ela comentou: “O Brasil dispõe de muitas espécies de animais, sendo grande parte delas silvestres nativos da Mata Atlântica, do cerrado e da Amazônia.

Mas as raças brasileiras são resultado de cruzamentos entre cães oriundos do Brasil e algumas raças que foram inseridas de fora, como é o caso da fila brasileiro, resultado do cruzamento de cães nativos e algumas raças introduzidas pelos colonizadores portugueses”. 

O Brasil está entre os países onde o número de cães em ambientes domésticos mais tem crescido nos últimos anos. Apesar dessa alta, as raças nativas não estão entre a escolha da população. Enquanto mais de 200 raças são oriundas da Europa, as originárias do território brasileiro não chegam a 10% disso.

Segundo Rebecca, esse comportamento está ligado diretamente à “moda” do momento. Ela explicou: “A mídia coloca um animal com determinada característica e, assim, a moda pega, sem ninguém questionar se é razoável a escolha”.

Ela ainda falou sobre como o porte dos animais influencia na falta de interesse por essas raças.

Ela disse “Um fator preponderante que faz com que essas raças caiam no esquecimento é a demanda do mercado para cães de companhia cada vez menores. Outra questão interessante, no caso dos cães de grande porte, é a aceitação de determinadas raças pela população sem um estudo sobre a adaptação do animal ao clima brasileiro e à finalidade dele na família”.

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Confira as raças brasileiras:

Fila Brasileiro 
Esta foi a primeira raça nacional reconhecida pela Federação Cinológica Internacional, em 1946. Essa raça é resultado de uma mistura de várias outras raças, predominando o mastiff inglês, o bloodhound e o buldogue, segundo o Clube de Aprimoramento do Fila Brasileiro (Afib). É um cão que está relacionado ao crescimento do Brasil. Lara Halterbeck disse: “Era muito usado para caçar o gado e protegê-lo contra o ataque de onças, além de proteger as fazendas, já que é valente com estranhos”.

Rebecca Terra apontou as principais características desse pet: “São impetuosos e, ao mesmo tempo, afetivos. Excelentes cães de guarda”.

Fox Paulistinha

Existem várias teorias a respeito da origem do Fox Paulistinha, também conhecido como terrier brasileiro, mas a mais aceita é a de que, durante o século 20, os jovens brasileiros, após retornarem de universidades europeias, traziam consigo cães pequenos do tipo terrier. A veterinária Lara contou: “Após cruzamentos com cadelas da região, foi possível definir um critério único para a raça”. 

O cão é de pequeno a médio porte, normalmente tricolor (branco, preto e marrom), que tem a base das orelhas eretas e focinho comprido. Além disso, o Fox Paulistinho tem pelo bem denso e curto. Lara ainda disse que essa raça é “muito companheira, com uma energia incansável”. Rebecca ainda acrescentou: “Por ser muito atento e relativamente barulhento, ele é criado muitas vezes como cão de alarme”.

Buldogue Campeiro

Esse cão é originado dos buldogues que chegaram ao Brasil com os imigrantes europeus, no século XVIII. Lara Halterbeck explicou: “A seleção da raça se deu quase de maneira natural, já que os cães, por serem muito baixos, não conseguiam percorrer longas distâncias e tracionar segurando o boi, ao passo que os que eram muito altos perdiam a precisão dos movimentos, ficando vulneráveis a ataques dos bois”. 

O pet possui porte médio, é atlético e possui variadas cores. Rebecca o descreveu: “Gosta de vida livre, espaço. Costuma ser absurdamente destemido e corajoso”.

Ovelheiro Gaúcho

O Ovelheiro Gaúcho é ligado ao campo, já que tinha como missão acompanhar o peão em suas tarefas rurais. Ele era utilizado para conduzir e proteger as ovelhas de outros animais e de desconhecidos, segundo Helterbeck. 

O cão tem pelos longos e macios, além de uma boa camada de subpelo que o protege durante o inverno. A veterinária Rebecca comentou que o temperamento do animal pode ser resumido em inteligente, ágil e resistente. 

Veadeiro Pampeano

O Veadeiro Pampeano se encontra no Brasil desde o início do século XX. Ele pode ser visto em várias regiões geográficas do território nacional, principalmente no Rio Grande do Sul. Lara comentou: “São cães utilizados para o rastro e a caça de outros animais. Eles apresentam um comportamento grupal tranquilo, lidando bem com outros cães”. 

Ele é caracterizado por ter pelo curto, pernas cumpridas e musculosas. Além disso, a sua cor varia entre braço e caramelo. A raça do animal foi concebida nos pampas gaúchos, argentinos e uruguaios com o intuito da caça.

Classificação Indicativa: Livre

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