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Cãolunista explica tudo o que é necessário para viajar de avião com seu cachorro

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Veja o que é preciso fazer para viajar de avião com seu cachorro  |   Bnews - Divulgação Arquivo Pessoal
Oreo, O Cãolunista

por Oreo, O Cãolunista

Publicado em 27/05/2022, às 06h00


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Voltei, meus fãs! Estou muito triste com a notícia do falecimento de Jesse Koz e do cão dele, o Shurastey, vítimas de um acidente de carro nos Estados Unidos. Eles viajaram muitos quilômetros de Fusca e pretendiam chegar no Alasca. Em homenagem a essa dupla de aventureiros, eu, o Cãolunista, vou dar algumas dicas para você, tutor, que precisa viajar com seu pet…de avião. Se ligue!!

Não sei se todos sabem, mas, em novembro do ano passado, eu voei de Salvador para São Paulo, cidade onde moro atualmente (e passo um frio danado). Em junho, quando uma das humanas teve certeza que teria de mudar, a primeira coisa que todos pensaram foi: e agora, o que precisa para levar Oreo? E aí as pesquisas começaram. A gente já tinha alguma noção, porque minha falecida tia Gigi já tinha voado de Salvador para Lisboa (ela era uma velha chic).

Abaixo, vou listar para vocês o que é necessário para viajar de avião dentro do Brasil na companhia de seu amigo peludo.

Passagem

Uma das primeiras coisas que minhas humanas fizeram foi pesquisar a passagem. A ordem aqui é bastante simples: primeiro os humanos compram as próprias passagens e depois ligam para a companhia aérea para adquirir a viagem do animal. Precisa ligar RÁPIDO, ok, porque os voos têm limite de carga viva (animais) por viagem.

A taxa cobrada varia de acordo com a companhia aérea. A Gol transporta bichos a partir dos seis meses de vida. Aqueles que pesam até 10 kg (animal + caixa) podem viajar na cabine e pagam R$ 250 em voos nacionais e R$ 600 em trecho internacional. Já os animais (acompanhados da caixa transportadora) acima dos 10 kg precisam viajar no porão, numa área destinada a cargas vivas. O preço nesses casos é de R$ 850 para viagens nacionais e R$ 1.100 para as internacionais.

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Já a Latam permite que animais até 7 kg viajem junto com os donos na cabine, enquanto aqueles que têm mais (até 45kg) devem obrigatoriamente ir no bagageiro. Os preços ficam em torno de R$ 200 a R$ 900 nas rotas domésticas e de US$ 150 a US$ 300 nas viagens com destino ao exterior. 

Por fim, a Azul só realiza o transporte de pets dentro da cabine. A somatória do peso do animal e da caixa de transporte não pode passar de 7 kg. Para viagens nacionais, o trecho tem valor de R$ 250, enquanto as viagens internacionais custam US$ 100 para quem vai embarcar para Lisboa, em Portugal. O serviço de transporte de animais também é oferecido em viagens dos Estados Unidos e da Europa para o Brasil. 

Algumas decisões judiciais recentes no Brasil têm permitido que humanos estejam acompanhados na cabine por seus pets acima dos 10 kg. A exceção acontece, principalmente, quando se trata de cachorros de focinho curto, como os Pugs, ou que possuam alguma doença que os impeça de viajar no bagageiro. 

Documentação

Com o voo definido, é hora de verificar toda a documentação necessária para seu pet viajar. Em viagens nacionais, as companhias aéreas exigem os seguintes documentos: 

  • Certificado de vacinação antirrábica (raiva) para animais com mais de 3 meses de idade, aplicada de 30 dias a um ano antes da data do embarque; e

  • Atestado de saúde do cachorro emitido por médico veterinário no máximo 10 dias antes do voo.

Caixa transportadora

Além do peso do animal, o que define se ele irá na cabine ou no porão são as dimensões do kennel, que é a caixa onde o pet será transportado. A minha, pessoal, foi tão gigante, que nem conseguimos guardar no apartamento onde moramos aqui em São Paulo. A gente guarda ela na casa da minha avó (mãe da japonesa). A minha caixa cabia até uma humana dentro!!

Para viajar na cabine com a Gol, é necessário que o pet seja acomodado em caixa rígida (dimensões máximas de 22 cm de altura x 32 cm de largura x 43 cm de comprimento) ou em bolsas flexíveis (24 cm x 32 cm x 43 cm), sendo que o peso somado não deve ultrapassar os 10 kg. Para viajar no porão, a caixa pode ter até 82 cm x 114 cm x 142 cm. 

Na Latam, as dimensões máximas para transporte na cabine são de 19 cm x 33 cm x 36 cm para caixas rígidas e 23 cm x 33 cm x 36 cm para bolsas flexíveis, com peso total máximo de 7 kg. Já no bagageiro, o tamanho aumenta para o máximo de 115 cm de altura e 300 cm lineares (soma da altura, largura e comprimento).

Já a Azul transporta somente animais na cabine em caixas ou bolsas com peso máximo de 7 kg e dimensões de até 20 cm x 31,5 cm x 43 cm. A dica que eu dou a vocês, tutores, é: comprem a caixa com antecedência e façam um treinamento positivo para acostumar o cão a ficar dentro dela sem problemas. Na minha caixa, até a minha prima Valentina entrava - e eu corria e entrava atrás dela.

Embarque e desembarque

Aqui foi a parte mais traumática para as humanas. Chegamos bem cedo no aeroporto e já fomos fazer o check-in para despachar as cinco malas que estávamos levando. Como estávamos bem adiantados, a companhia aérea permitiu que eu fosse “embarcado” somente 10 minutos antes do horário estabelecido para a chegada dos passageiros no voo. E isso foi ótimo.

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No aeroporto de Salvador eu fiquei super tranquilo. Pude caminhar de guia por todo o saguão e sentei em um café, local onde minhas humanas me deram um remédio para que eu me acalmasse. O medicamento foi receitado por veterinário especializado, que já me acompanhava em exames há bastante tempo. Mas, isso varia de caso a caso, porque nem todos os cachorros podem tomar remédios/calmantes. Então, procure o veterinário antes de administrar qualquer remédio para seu cão.

Fiquei super calmo e até dormi no colo da japonesa. Minhas humanas já tinham feito o teste do calmante em casa, uma semana antes do meu embarque. Elas anotaram todas as minhas reações, contabilizando o horário e o tempo de duração de cada uma. Já bastante tranquilo, chegou a hora de me levar até o balcão da companhia aérea. Foi aí que minha humana alta começou a chorar. Parecia uma doida - ela disse que chorou de preocupação. 

Me colocaram dentro do kennel e passaram dois lacres - cada um com um código diferente. Minha humana fotografou ambos. E aí me levaram para o local onde colocam as cargas vivas no avião. Nessa hora, eu não presenciei, mas tenho certeza que a humana alta estava aos prantos (é canceriana!!).

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A viagem foi um sucesso!! Cheguei no aeroporto de Congonhas e minhas humanas encheram o saco da funcionária de lá para que me trouxesse logo até elas. Minha chegada foi triunfante: na mesma esteira por onde passam as bagagens. A moça parou a esteira para mim - todos me olharam e eu me senti um ator de Hollywood. Nessa hora, a humana canceriana chorou de novo e eu comecei a roer as grades de metal do kennel na tentativa de consolar ela e abraçar a japonesa. Não deu!! Precisei romper o lacre com uma faca que elas arrumaram já fora da área de embarque.

Aqui foi meio ruim, porque, já fora do kennel, um segurança disse que eu não poderia ficar fora da caixa dentro do aeroporto, então, tivemos que ir para fora - e estava muito calor. Ficamos esperando meu táxi dog (para levar o kennel e eu), enquanto a humana alta foi de táxi convencional com a mala. Acreditem: eu nem vomitei durante a viagem (e olha que eu enjoo até em carro parado).

Agora que vocês, tutores, sabem o que é necessário para viajar de avião com seu pet, não vacilem. É importante ter tudo sob controle feito antecipadamente para evitar surpresas. Hoje eu fico por aqui, mas volto na próxima semana com mais dicas sobre o mundo maravilhoso dos cachorros. Fui!!

Classificação Indicativa: Livre

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