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Padre não aceita que cães entrem com alianças em casamento e encerra cerimônia: “É inadmissível”

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Casal disse que, apesar da atitude do religioso, eles tinham autorização da paróquia para levar os cães  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Instagram

Publicado em 20/05/2022, às 14h00   Redação BNews


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Um padre incomodado ao ver dois cachorros entrando na igreja para levar as alianças do casamento dos jovens Brenda Jamili, 18 anos, e Eliwelton Silva, 24, se recusou a dar a bênção final aos noivos.

César Retrão disse que a atitude é inadmissível”. “O cúmulo, dois animais entrando na igreja com as alianças”, disse o padre. O caso aconteceu no último sábado (14), em Nova Olinda, no Ceará.

O casal disse que, apesar da atitude do religioso, eles tinham autorização da paróquia para levar os animais. A noiva contou que se sentiu muito triste ao ouvir a declaração do padre. “Apenas assinamos o livro, e ele deu as costas. Nos sentimos envergonhados, fracos, não tivemos ação nem de reagir na hora”, disse, em entrevista ao UOL.

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O jovem casal é voluntário do Instituto Lilica, ONG que resgata animais de rua e os encaminha para adoção. Foi o caso dos vira-latas Pipoca e Scooby, adotados por Brenda e Eliwelton, e escolhidos para fazerem parte da cerimônia.

Os dois aninais entraram na igreja guiados por familiares. Ambos foram vítimas de violência e carregam sequelas. Pipoca foi resgatada machucada e cega de um olho. Scooby perdeu o movimento de uma das pernas após um acidente.

“Eu e Eliwelton somos católicos, cremos que nosso casamento precisa da bênção de Deus, e precisamos do homem para isso. Enfim, não tivemos essa bênção pelo fato de o padre achar um cúmulo dois cachorros entrarem com as alianças. Não fomos declarados marido e mulher porque é um absurdo dois cachorros entrarem com as alianças, não teve o ‘agora os noivos podem se beijar’ porque dois cachorros levaram as alianças”, lamentou Brenda, nas redes sociais.

Ela continuou: “Isso nos enfraqueceu na hora, eu não tive ação, eu chorei, gelei, passei os dois últimos dias pensando no que aconteceu, a forma que fui tratada comparada ao que esses animais passam na rua, e ‘vistos como o cúmulo'”.

“Ao meu ver, ninguém é obrigado a gostar de qualquer animal, mas aceite, não despreze, você não é obrigado a ter um animal em sua casa, a alimentar os das ruas, mas aceitar que é um ser que pode ser bem-vindo em qualquer lugar é um dever seu”, pontuou a jovem.

Repercussão

O Instituto Lilica soltou, diante da repercussão, uma nota afirmando que não compactua com os ataques direcionados ao padre, que “já ajudou a presente entidade por diversas vezes e de várias formas”.

“Manifestamos nossa tristeza pelo ocorrido, uma vez que, ao nosso entender, como cristãos e amantes da causa, o amor estava ali representado, assim como estava respeitada a Igreja, visto a autorização prévia da secretaria paroquial, sendo angustiante a surpresa do repúdio em meio à cerimônia”, finalizou.

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