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Após seis anos, acidente em Madre de Deus relembra tragédia da Cavalo Marinho I

Reprodução TV Bahia/Divulgação Alberto Maraux
Acidente em Madre de Deus já deixou seis mortos  |   Bnews - Divulgação Reprodução TV Bahia/Divulgação Alberto Maraux
Sanny Santana

por Sanny Santana

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Publicado em 22/01/2024, às 15h52


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Parece que foi ontem, mas se passaram seis anos e cinco meses desde que a tragédia da embarcação Cavalo Marinho I tomou conta das capas dos jornais e marcou a vida de muitas famílias. Tempos depois, outro naufrágio traz, novamente, o pesadelo à tona e relembra o perigo de se navegar com irregularidades que parecem mínimas. 

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Apesar de ainda não haver conclusão de inquérito sobre a tragédia ocorrida na noite do último domingo (21), já existe a suspeita de irregularidades que podem ter levado ao naufrágio da embarcação, denominada 'Gostosão FF'. 

Mesmo com documentação regular, a embarcação estava inscrita na Capitania dos Portos da Bahia (CPBA) na classe "saveiro", para "emprego exclusivamente na atividade de esporte e recreio", o que significa que não era permitido a transportar passageiros. 

Também é investigado se o veículo excedeu a capacidade máxima de lotação, que é de, no máximo, 10 passageiros mais um tripulante. Suspeita-se que haviam mais de 19 pessoas na embarcação.

Irregularidades na Cavalo Marinho I

Na embarcação Cavalo Marinho I, uma série de problemas foi encontrada após conclusão do inquérito. Apesar de a embarcação estar regular, vários pontos 

A embarcação estava regular, no entanto, a Marinha encontrou uma série de negligências, atribuída ao proprietário da empresa e ao engenheiro. A principal delas foi a colocação de 400 kg de lastros, que são pesos usados para ajudar na capacidade de manobras, no fundo da lancha Cavalo Marinho I.

Além disso, de acordo com relatório, a lancha fazia o transporte de passageiros no convés inferior da embarcação com apenas uma via de escape, o que não atende ao que consta na Norma da Autoridade Marítima para Embarcações Empregadas na Navegação Interior 2 (Normam 2).

Ficou evidenciado ainda que as empresas concessionárias não disponibilizavam informações sobre as condições meteorológicas para os comandantes. Os próprios comandantes tinham de buscar estas informações de fontes diversas e decidir se realizavam ou não a travessia.

Existiram ainda alguns fatores que não fizeram, diretamente, com que o naufrágio acontecesse, mas que colaboraram para o agravamento das consequências do acidente, como a falta de treinamento dos tripulantes, a não divulgação de instrução de segurança para passageiros e o tempo da chegada de resgate.

Quanto à embarcação 'Gostosão FF', as possíveis irregularidades verificadas ainda não foram confirmadas, mas segundo a Capitania dos Portos, um Inquérito Administrativo foi instaurado e deverá ser concluído em até 90 dias. A tragédia, até a tarde desta segunda-feira (22), registrou seis mortes.

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