Coronavírus

Com secretária de Saúde defensora da cloroquina, Porto Seguro é uma das cidades com menor índice de vacinação na Bahia

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Até a tarde desta terça-feira (26), somente 460 pessoas haviam recebido a primeira dose do imunizante contra o novo coronavírus, das 4.627 doses distribuídas pelo Governo da Bahia  |   Bnews - Divulgação Reprodução/TV Brasil

Publicado em 26/01/2021, às 14h26   Luiz Felipe Fernandez


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Conhecida pelas belas praias e por ser o destino preferido de milhares de turistas de todo o Brasil e do mundo, Porto Seguro, no sul da Bahia, não tem a mesma sorte quando o assunto é a condução do poder público diante da crise da Covid-19.

De acordo com dados da Cobertura Vacinal da Sesab, o município só aplicou 9,9% das doses recebidas da CoronaVac, em idosos do grupo prioritário e profissionais da saúde na linha de frente do enfrentamento à doença.

Até a tarde desta terça-feira (26), somente 460 pessoas haviam recebido a primeira dose do imunizante contra o novo coronavírus, das 4.627 doses distribuídas pelo Governo da Bahia.

Das cidades que receberam mais de 1 mil doses, Porto Seguro é a segunda com o pior resultado na velocidade de vacinação, perdendo somente para Pau Brasil, que recebeu 1.798 doses e vacinou apenas 20 pessoas.

Algumas das 417 cidades do estado ainda nem começaram a imunizar a população. São elas Belo Campos, Firmino Alves, Itarantim, Planaltino e Rafael Jambeiro

Se a Prefeitura não dá celeridade à vacinação, o tratamento com remédios ineficazes contra o vírus Sars-Cov2, no entanto, faz parte da política pública do município.

Em novembro, a cidade ganhou espaço nos noticiários do país quando o prefeito eleito Jânio Natal (PRP) prometeu distribuir um "kit-Covid", com medicamentos que foram cientificamente comprovados como ineficazes contra a doença, como a hidroxicloroquina.

Presente no encontro do candidato à presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), com deputados baianos em Salvador, Jânio confirmou que em Porto Seguro prevalece o "protocolo da Drª Raíssa Soares", médica que ficou conhecida por ter pedido cloroquina para Jair Bolsonaro, após uma visita do presidente à cidade.

Raíssa foi nomeada por Jânio como secretária de Saúde do Município e, segundo o prefeito, "ninguém pode dizer" que o protocolo indicado por ela é "ineficaz".

Segundo o prefeito, é cabível o tratamento com cloroquina já que quando está "se afogando", é necessário se prender à "qualquer coisa".

A cloroquina é um medicamento antimalárico, com alta toxicidade, e que pode causar efeitos colaterais graves com arritmia cardíaca, complicações nos rins e comprometimento dos olhos.

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