Justiça

Acusados de matar dançarino Marcelo Tosta recorrem para não enfrentar júri popular; irmã da vítima cobra posição da OAB-BA

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Segundo irmã da vítima, um dos acusados do homicídio exerce advocacia e função de Guarda Municipal ao mesmo tempo  |   Bnews - Divulgação Reprodução // Montagem

Publicado em 26/11/2018, às 18h18   Rafael Albuquerque


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Os autos do processo acerca do homicídio do dançarino Marcelo Tosta Santos, morto no dia 3 de novembro durante uma festa na casa de shows Coliseu, na orla de Salvador, foram remetidos para Tribunal de Tustiça em grau de recurso. Os dois acusados, Ricardo Luis Silva da Fonseca e Naílton Adorno do Espírito Santo, respondem ao processo na 1ª Vara do Tribunal do Júri, que os pronunciou, ou seja, decidiu levar ambos a júri popular. Ricardo, autor dos disparos e que segue preso, e Naílton, advogado e membro da Guarda Municipal que responde em liberdade, recorreram. Por isso, o caso foi parar no Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA).
O advogado da famílida da vítima, José Luiz de Britto, explicou a situação ao BNews: "os réus Ricardo e Adorno foram pronunciados por homicídio qualificado. A defesa recorreu e esse recurso subiu para o Tribunal, que vai decidir se mantém a decisão da pronúncia ou se vai alterar". O advogado salienta que busca celeridade no processo: "estou diligenciando para que o recurso seja julgado mais rápido, para que se possa ter uma definição e saber se eles vão ser levados a júri popular".
Bianca Tosta, irmã da vítima, falou ao BNews que a família aguarda uma resposta da Justiça: "Nossa mãe precisa de uma resposta. Eu, meu irmão, meu pai e familiares estamos lutando para conseguir o que deveria ser o óbvio. Que é para que os assassinos sejam julgados, condenados e que cumpram a sua pena da forma que a Justiça assim determinar. O caso fará dois anos dia 3 de dezembro de 2018, e até o momento, só temos recursos e mais recursos que são impetrados pela defesa desses homicidas. É um absurdo imaginar que eu posso, a qualquer momento, me encontrar com o coautor que responde em liberdade, o Naílton Adorno do Espírito Santo, que foi quem impossibilitou meu irmão de uma possivel defesa e não ser morto".
Ainda segundo Bianca, Naílton "está em liberdade, coagindo testemunhas, advogando, com medidas cautelares e trabalhando internamente na Guarda Civil Municipal. Enquanto isso, meu irmão tá morto e minha mãe sobrevivendo com remédios e com a fé que nos move em Deus de que teremos o consolo de que a Justiça será feita neste caso". Bianca Tosta alerta para o fato da OAB-BA não ter se posicionado após quase dois anos da abertura de um processo interno, visto que um dos acusados é advogado e acusado de exercer a advocacia ao mesmo tempo da função de guarda municipal: "E a OAB Bahia, além de tudo isso, até o momento não puniu esse criminoso e não nos dá uma resposta sobre a denúncia que formalizamos. Esperamos que o novo presidente da OAB-BA abrace esse nosso sofrimento e nos responda, fazendo cumprir a Lei".
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