Justiça

STF vai julgar nesta terça resolução que amplia poderes do TSE

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A resolução ampliou poderes do TSE e acelerou a remoção de notícias falsas nas redes sociais na reta final das eleições brasileiras  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Pixabay

Publicado em 24/10/2022, às 19h20   Cadastrado por Lorena Abreu


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O Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar a resolução aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que ampliou poderes da Corte e acelerou a remoção de notícias falsas nas redes sociais na reta final das eleições brasileiras. O julgamento contecerá nesta terça-feita (25) e a sessão terá início à 0h da terça, com término previsto para o mesmo dia, às 23h59. A análise foi pautada pela presidente do STF, ministra Rosa Weber, nesta segunda-feira (24), em resposta à ação protocolada pela Procuradoria-Geral da República, que pediu a suspensão da resolução.

Na última sexta-feira (21), o procurador-geral da República Augusto Aras pediu ao STF que suspendesse a resolução aprovada pelo TSE. De acordo com Aras, "o poder normativo, portanto, não dá ao Tribunal Superior Eleitoral, ainda que imbuído da melhor das intenções e com o objetivo de aperfeiçoar os mecanismos de controle dos indesejados abusos no direito de expressão e da disseminação de desinformação, a prerrogativa de inovar no ordenamento jurídico, no ápice das campanhas eleitorais em segundo turno." Conforme informações do Portal R7, a Corte Eleitoral tem poder de normatizar as eleições, mas as alterações nas regras só podem ocorrer até o mês de março do ano da realização do pleito.

Na representação protocolada no STF, o procurador-geral da República afirma ainda que as normas eleitorais não podem violar a liberdade. "Sob o aspecto do uso da internet para a manifestação do pensamento, há de preservar ao máximo os espaços de liberdade, limitando-se somente, mediante lei em sentido formal, àquilo que o legislador entender adequado, necessário e proporcional para conter eventuais ilícitos, crimes ou abusos no exercício de direitos", completa o documento. Após a ação da PGR, o ministro Edson Fachin negou a liminar para suspender a resolução. "Por não identificar a presença dos pressupostos legais e dada a necessidade imperiosa de se garantir a segurança jurídica quanto ao regramento incidente sobre as eleições, indefiro a medida cautelar postulada nesta ação direta", detalhou o ministro. O tema agora será analisado no plenário virtual do Supremo.

Às vésperas do pleito eleitoral, o prazo segundo a resolução deve ficar ainda menor. Em caso de descumprimento do novo prazo, a multa é de R$ 100 mil por hora, a partir da notificação. As plataformas deverão retirar as notícias em até uma hora — a regra valerá entre as 48 horas antes da votação e três dias após o segundo turno. Nesses casos, a multa também é de R$ 100 mil.

O presidente do TSE, Alexandrre de Moraes, relatou que houve aumento de 1.671% de denúncias de desinformação encaminhadas às plataformas digitais com relação às eleições passadas."Todos vêm acompanhando que, a partir do segundo turno, houve uma proliferação não só de notícias fraudulentas, mas da agressividade dessas notícias, desse discurso de ódio, que sabemos todos que não leva a nada, mas a uma corrosão da democracia. É exatamente por isso a necessidade de um tratamento mais célere no enfrentamento à desinformação", afirmou Moraes.

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