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Entenda por que pequenas mineradoras têm dificuldades para atrair investimentos no Brasil

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Muitas mineradoras que abrigam as maiores reservas minerais no país não são brasileiras  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Freepik

Publicado em 27/11/2024, às 11h38   Publicado por Vagner Ferreira



As pequenas mineradoras estão aproveitando a transição energéticapara tentar abrir capital no Brasil. De acordo com uma reportagem da Folha de São Paulo, muitas das empresas que detêm as maiores reservas minerais do país não são brasileiras.

Uma das razões para isso é a facilidade das mineradoras em pré-operações, conhecidas como "junior mining companies" — empresas de capital aberto voltadas para pesquisa, desenvolvimento e exploração de jazidas minerais — que frequentemente estão listadas em bolsas de valores estrangeiras.

Dessa forma, países como Austrália e Canadá, líderes no setor de mineração, arrecadam impostos e atraem investidores que, caso as mineradoras estivessem listadas no Brasil, poderiam direcionar recursos ao país. Há, inclusive, uma mobilização para que o mercado financeiro brasileiro abra espaço para essas empresas.

Em outubro deste ano, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com a Vale, criou um fundo de investimento voltado para as mineradoras juniores. A meta é arrecadar pelo menos R$ 1 bilhão.

De acordo com pesquisa da GeoAnsata, apenas uma mineradora júnior está listada na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão): a Sigma Lithium, maior mineradora de lítio em operação no Brasil. Contudo, apesar de ser administrada por um grupo de investidores brasileiros, a empresa está listada em bolsas do Canadá e dos EUA. No total, foram identificadas cerca de 98 mineradoras com atuação no Brasil, mas que estão listadas em bolsas internacionais.

De forma geral, as pequenas mineradoras enfrentam dificuldades para acessar a B3. No final de 2023, uma mineradora júnior interessada na extração de minerais raros na Bahia tentou negociar com grandes fundos brasileiros, mas não conseguiu atrair interesse.

"Apesar das várias reuniões, senti que a narrativa não se encaixou muito bem para que fundos brasileiros se envolvessem, seja pelo desconhecimento ou pela falta de prática de investir em empresas com ações em bolsa estrangeira. Poucos fundos possuem a capacidade interna necessária para assumir esses riscos", afirmou Renato Gonzaga, diretor financeiro da BRE, em entrevista ao jornal.

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