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Geração 50+: Saiba como seniores podem atuar no mercado de trabalho

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No mercado de trabalho, etarismo ainda é entrave para seniores  |   Bnews - Divulgação Divulgação
Verônica Macedo

por Verônica Macedo

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Publicado em 04/04/2024, às 09h09 - Atualizado às 09h11


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Acreditar que o mercado de trabalho é dominado exclusivamente por jovens é um equívoco e reflete o viés etarista ainda prevalente no mundo corporativo. É evidente que nossa sociedade conta com presença expressiva de indivíduos com 50 anos ou mais, em comparação com duas décadas atrás.

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É o que assegura Fernando Potsch, CEO da Seniortech Ventures, venture builder que tem como propósito contribuir com a longevidade.

Venture builders são organizações que criam, validam e aceleram diversas startups simultaneamente. Geralmente, são criadas por pessoas de negócios com ampla experiência no mercado da tecnologia e conexões com investidores, empreendedores, grandes empresários e outros agentes importantes do ecossistema de inovação.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, reporta que a expectativa de vida atual é de 73,3 anos. As pessoas estão ficando mais velhas e ativas por mais tempo e essa realidade está mudando a estrutura de trabalho no Brasil e mundo afora.  

Preparados para os desafios  

“Podemos dizer que os indivíduos a partir dos 50 anos já passaram por grandes transformações sociais e tecnológicas ao longo da vida, por essa razão estão mais preparados para os desafios”, diz o executivo.

Segundo ele, a chamada geração baby boomer foi responsável por grandes revoluções mundiais como a disseminação do conceito de juventude, o movimento hippie, a revolução sexual, o feminismo, a pílula anticoncepcional, entre outras. Hoje, eles estão redefinindo a longevidade e participando ativamente da sociedade, trabalhando e estudando.   

Integrados ao mundo digital  

“Aqueles que presumem que a geração prateada não consegue acompanhar as mudanças tecnológicas e, portanto, está menos integrada à digitalização cometem uma generalização equivocada”.

Os seniores são a parcela da população que mais cresce entre os usuários de internet no Brasil. Para se ter uma ideia, segundo mostra o módulo de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o percentual de indivíduos com 60 anos ou mais que navegam na web subiu de 24,7% em 2016 para 62,1% em 2022.

De acordo com Potsch, além disso, a chegada das redes sociais mais imersivas irá facilitar a comunicação não apenas entre as gerações mais jovens, mas também entre as pessoas mais experientes, oferecendo novas oportunidades de interação e conexão on-line.  

Inteligência artificial e ESG  

O especialista revela que há muitos seniores trabalhando com inteligência artificial e programação. Ele explica que as seniortechs, empresas tecnológicas que surgem para garantir a autonomia e qualidade de vida aos 50+, é uma área em que novos negócios podem ser criados.

“Vale ressaltar que a transição tecnológica pela qual estamos passando impacta todos, por isso nenhuma geração deve ser excluída desse processo. Podemos afirmar que não existem ‘nativos digitais’ quando se trata de inteligência artificial; nesse sentido, todos têm potencial para contribuir, desde que haja oportunidades disponíveis”, esclarece.  

E continua: “A vivência da geração prateada é muito bem-vinda para encontrar soluções para o contexto no qual estamos inseridos. Tanto o campo do ESG quanto o da IA são relativamente novos e podem se beneficiar da contribuição dos seniores para seu desenvolvimento. Eles são bem recebidos não apenas por sua preocupação com a diversidade e inclusão, características do pilar social do ESG, mas também devido à vasta experiência profissional, que é amplamente reconhecida e valorizada”.  

Fernando Potsch finaliza ao pontuar que “o potencial dos profissionais com mais de 50 anos no ambiente corporativo e no ecossistema de startups é inegável, no entanto, eles merecem um reconhecimento maior. Essa geração, que vivenciou diversas transformações ao longo de sua trajetória, está mais bem preparada para enfrentar os desafios atuais. É fundamental valorizar cada indivíduo por suas habilidades e capacidade de contribuir para o futuro, independentemente da idade. Estamos em um período de transição, o que significa que não há soluções prontas ou definitivas. Portanto, podemos construir o novo mundo que almejamos juntos”. 

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