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Investimento alto deve fazer a Vale desistir da compra da mineradora Bamin

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O direito de preferência da Vale no negócio vai até o fim de maio  |   Bnews - Divulgação Bamin/Divulgação
Redação BNews

por Redação BNews

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Publicado em 19/05/2025, às 21h23



Após fazer cálculo e concluir que não haverá retorno do investimento de US$ 5,5 bilhões (equivalente a R$ 31 bilhões) em projeto da mineradora Bahia Mineração (Bamin), o consórcio liderado pela Vale com o grupo mineiro Cedro Participações e a BNDESPar deve desistir da compra da mineradora.

Segundo o Estadão, grande interesse da gestão petista da Bahia e do governo federal, à frente o Presidente da República e do ministro da Casa Civil, Rui Costa, o Palácio do Planalto tem feito pressão desde 2023 para que a Vale assuma o projeto, adquirindo a mineradora ERG e colocando em marcha todas as obras a serem executadas.

Desde 2010, grupo cazaque é o controlador da mineradora e diz ter investido cerca de US$ 2,2 bilhões (R$ 12,3 bilhões ao câmbio atual) e decidiu não pôr mais dinheiro no empreendimento, buscando uma saída.

O projeto da Bamin envolve uma mina de ferro para 26 milhões de toneladas por ano, a conclusão de uma ferrovia de 537 km (Ferrovia de Integração Oeste-Leste-Fiol 1) e um porto marítimo para receber navios de grande porte situado 12 km ao norte da cidade de Ilhéus (BA), apto para exportação de minério, grãos e cargas gerais.

Com 60% da obra da ferrovia realizada, ainda são necessário vários bilhões de reais para ser completada entre Ilhéus e Caetité. Caso a Vale feche o negócio, contará com fontes públicas de financiamentos, principalmente o BNDES, e com verbas do próprio Orçamento da União, além de uma linha especial do Fundo da Marinha Mercante (FMM) para o terminal.

Porém, após intensificar estudos de viabilidade técnica e econômica, conduziu a negociação a passos lentos, pois, conforme pessoas próximas da companhia, esse investimento não é atrativo para mineradora, que vê retorno de investimento mais robusto na região de Carajás (PA).

Em nota, a Vale informou que não comenta o assunto e reiterou comunicado de janeiro deste ano, no qual diz que “as avaliações de oportunidades de investimento são exercidas no curso regular de suas atividades, em especial aquelas sobre ativos com potencial contribuição às prioridades estratégicas da Companhia.”

Já a Bamin informou via nota que “está em processo de reestruturação de capital, conduzido por sua controladora, o Grupo ERG, com o objetivo de buscar novos investidores e viabilizar as próximas etapas do Projeto Pedra de Ferro”.

O investimento será analisado pelo Comitê de Investimento da empresa, que é formado por alguns conselheiros e pelo CEO, Gustavo Pimenta e somente depois, o negócio vai ao crivo final do conselho de administração da empresa, formado por 13 membros, que dá a palavra final. O direito de preferência no negócio vai até o fim de maio.

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