Economia & Mercado

Morre Eduardo Guardia, ex-ministro da Fazenda e CEO da BTG Pactual Asset

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Guardia foi substituto de Henrique Meirelles à frente do Ministério da Economia nos últimos nove meses do governo de Michel Temer  |   Bnews - Divulgação Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicado em 11/04/2022, às 14h44 - Atualizado às 15h03   Redação BNews


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O economista Eduardo Guardia, ex-ministro da Fazenda e CEO da BTG Pactual Asset, morreu em São Paulo nesta segunda-feira (11).

A morte de Guardia foi confirmada pelo BTG. Ficou marcado na área política do governo Temer como um homem cuja palavra “não” era recorrente em seu vocabulário. O ex-ministro da Fazenda estava casado há quase 30 anos com a pedagoga Maria Lúcia e não tem filhos.

Eduardo Guardia estava no BTG desde 19 de janeiro de 2019, e ocupou o cargo de ministro da Fazenda durante os últimos nove meses do governo Temer, sendo um dos responsáveis pela formulação do teto de gastos, a regra que trava os gastos federais e é considerada a principal âncora para as contas públicas. Assumiu a função, até então ocupada por Henrique Meirelles, após ter atuado como secretário-executivo do Ministério da Fazenda entre 2016 e 2018.

Quando assumiu a vaga de Meirelles, Guardia fez questão de ressaltar em seu discurso o compromisso com a disciplina fiscal e com a agenda da produtividade e da eficiência, características que seus pares sempre elogiaram.

Carreira

Eduardo Refinetti Guardia nasceu em São Paulo, em 19 de janeiro de 1966. Antes de ingressar no mundo da política, fez carreira acadêmica. Obteve o título de doutor em sua pelo Instituto de Pesquisas Econômicas da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.

O primeiro emprego como professor foi na na escola de economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Depois, atuou como secretário da Fazenda do de São Paulo.

Ainda no governo do Estado de São Paulo, foi Pesquisador da Área Fiscal do Instituto de Economia do Setor Público da Fundação para o Desenvolvimento Administrativo (IESP/FUNDAP).

No início da década de 2000, no governo de Fernando Henrique Cardoso, foi nomeado secretário adjunto do Tesouro Nacional e depois oficializado Secretário do Tesouro Nacional.

Na BM&FBovespa, atual B3, exerceu o papel de diretor-executivo de produtos. Já entre 2010 e 2013, ainda na BM&FBovespa, ocupou o cargo de diretor-executivo financeiro.

Entre os servidores do ministério, Guardia era respeitado pelo respeito à posição da área técnica. Os funcionários contam que ele trabalhou como uma barreira, na pasta, contra interferências políticas e sempre defendeu as posições técnicas do ministério.

Como ministro da Fazenda, teve que ajudar na negociação entre o governo Temer e liderenças de caminhoneiros para encerrar a greve que parou o país em maio de 2018. Chegou a dar entrevistas coletivas na manhã de um feriado e num domingo depois das 21h para explicar medidas adotadas pelo governo.

Como secretário e ministro, conduziu as principais negociações entre o governo e a Petrobras em torno da revisão do contrato de cessão oneresa (que permitiu o governo Bolsonaro fazer um megaleilão de petróleo em 2019).

Mesmo indo com frequência a São Paulo, onde manteve residência e com a corrida rotina de ministro, Guardia ainda conseguia reservar algumas manhãs para praticar remo no Lago Paranoá.

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