Mais 15 alunos são expulsos de universidade por atos obscenos em jogo

Após expulsar seis alunos, a Universidade Santo Amaro (Unisa) tomou a decisão de afastar mais 15 estudantes do curso de medicina devido a comportamentos obscenos ocorridos durante um jogo universitário em abril. A situação ganhou destaque após vídeos serem divulgados e viralizarem no último domingo (17).

De acordo com informações do G1, os alunos expulsos são calouros do curso e têm idades entre 18 e 19 anos. A instituição não se pronunciou sobre o assunto.

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Ao longo da semana, a Unisa tem se negado a divulgar de forma transparente o número de alunos desligados e também não tem esclarecido os critérios das investigações internas.

CASOS DE HUMILHAÇÃO

Alunos da universidade afirmam que os atos obscenos ocorridos durante o jogo universitário de calouros foram resultado das exigências feitas por um grupo de alunos do último ano do curso de medicina, responsáveis por conduzir o trote.

Segundo relatos obtidos pelo G1 e pela TV Globo, há mais de dez anos existe uma espécie de "cartilha de obrigações" que é repassada e mantida por alguns desses veteranos.

Os estudantes relatam que, logo no início da faculdade, todos os calouros de medicina são pressionados a participar e seguir as determinações. No entanto, aqueles que desejam ingressar na Atlética precisam passar pelo trote.

Os alunos que não concordam ou desistem das atividades "são hostilizados e chamado de p** no c*", relata um dos estudantes.

"Falam que nós não vamos ter acesso a oportunidades dentro da faculdade, que não vamos conseguir arrumar emprego depois de formados, pois não vai ter ninguém para indicar, que não vamos conseguir participar dos esportes, pois todo mundo que pratica é o pessoal do trote, que não vamos conseguir construir um currículo bom no geral, que vamos ficar marcados como fracos dentro da universidade", conta outra estudante de medicina.

De acordo com os relatos dos alunos, além de participar de corridas nuas pela quadra, eles são obrigados a aceitar humilhações que envolvem o uso de cuecas ou calcinhas por cima da roupa e a receber apelidos vexatórios. Segundo os depoimentos, o trote é mantido até o final do primeiro semestre, mas as punições continuam sendo aplicadas ao longo de toda a graduação.

"Dura 6 meses. Quem participa do trote tem que ir em todas as festas que a Atlética, fazer tudo que eles pedem, como limpar materiais de treinos, arrumar materiais para ensaio de bateria, por exemplo, e carregar tudo isso para cima e para baixo. Fora os episódios de jogar bebida nos calouros por nada, fazer os meninos correrem pelados nas festas e serem super grossos com eles.”, contou um dos calouros.