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Candidato do MDB em 2018 se aproxima de Neto e diz que não foi consultado sobre PT

Geddel e Santana - Roosewelt Pinheiro/ABr
Vice-presidente do MDB, João Santana foi o candidato do partido ao governo do estado nas últimas eleições  |   Bnews - Divulgação Geddel e Santana - Roosewelt Pinheiro/ABr

Publicado em 08/04/2022, às 19h10 - Atualizado às 19h15   Léo Sousa


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Candidato do MDB a governo da Bahia nas últimas eleições, João Santana fez um aceno a ACM Neto (União Brasil) na cidade de Irará nesta sexta-feira (8). O partido selou, recentemente, o rompimento com o ex-prefeito de Salvador e a migração para a base de apoio do PT no estado.

Santana esteve presente em uma agenda do ex-prefeito de Salvador na cidade baiana, onde o cumprimentou. Neto, por sua vez, saudou o emedebista em seu discurso.

Ligado aos irmãos Vieira Lima, João Santana substituiu Geddel como ministro da Integração Nacional durante o governo Lula (PT). Ele também ocupa o cargo de vice-presidente do MDB na Bahia. Em conversa com o BNews, o ex-ministro criticou o processo de definição da aliança com a base do governador Rui Costa (PT) e do pré-candidato Jerônimo Rodrigues (PT), secretário da Educação do Estado.

Ele afirma que soube do acordo com o PT pela imprensa. "Foi batido, foi selado de uma forma completamente absurda. O diretório do partido não foi ouvido. Teria que ser referendado", se queixa. Santana ressalta que tem "52 anos de PMDB" e já foi "presidente duas vezes do partido, sou vice-presidente, já fui ministro de Estado..." e não foi ouvido no processo.

"Não vou apoiar o candidato do PT e não estou disposto a aceitar essa forma como foi feita a escolha do candidato do PT e as alegações que foram feitas pra isso. Nenhuma bate certo. Dizer que ACM Neto não prestigiou o MDB não bate certo pra mim", declarou, ressaltando que a legenda "sempre teve duas secretarias em Salvador e chegou a ter até três".

"Quem duvidar, procura a lista no Diário Oficial e veja quantas pessoas do MDB, indicadas por Lúcio Vieira, foram demitidas", desafia. Questionado sobre como fica a relação com os Vieira Lima, João Santana preferiu não responder.

Leia: Após rompimento, Bruno Reis faz limpa em quadros do MDB

Apesar de bater o pé de que não apoiará Jerônimo Rodrigues nas eleições, o vice-presidente estadual do MDB ainda não declara apoio oficial a Neto. "Nem eu disse que apoiava ele, nem ele disse que me apoiava. Ele fez apenas um elogio público, agradecendo a minha presença. Estive com ele não mais que dois minutos. Marcamos uma reunião", afirmou.

Racha

João Santana não é o primeiro quadro do MDB baiano a manifestar insatisfação com a aliança ao PT. Outros nomes, como os prefeitos de Feira de Santana, Colbert Martins, e de Itapetinga, Rodrigo Hagge, também já se posicionaram contrariamente ao acordo. 

"A grande maioria do MDB, no meu entendimento, não vai apoiar isso. Dezenas já me ligaram dizendo que não vão apoiar de jeito nenhum [...] As coisas ficaram ruins", detalha João Santana.

Aliança

O acordo entre MDB e a base do Partido dos Trabalhadores na Bahia foi selado no último dia 30 de março. As articulações envolveram a indicação do presidente da Câmara Municipal de Salvador (CMS), Geraldo Júnior (MDB), como pré-candidato a vice-governador na chapa encabeçado por Jerônimo Rodrigues. Geraldinho rompe com o agora ex-aliado e amigo pessoal ACM Neto.

Outra peça importante para as negociações, o ex-secretário estadual da Saúde do governo Rui Costa, Fábio Vilas-Boas, se filiou ao MDB, por onde disputará uma vaga na Câmara dos Deputados. Atualmente, a legenda não tem nenhum representante na bancada federal baiana.

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