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"Pintou um clima": Como a campanha de Bolsonaro atua para amenizar a barra após declarações sobre venezuelanas

Foto: Reprodução/CNN Brasil
Bolsonaro falou que "pintou um clima" com adolescentes venezuelanas  |   Bnews - Divulgação Foto: Reprodução/CNN Brasil

Publicado em 18/10/2022, às 09h16   Vinícius Dias


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A declaração do presidente Jair Bolsonaro (PL) de que "pintou um clima" com adolescentes venezuelanas que ele insinuou estarem "arrumadas" na tarde de sábado para "ganhar a vida", em referência a exploração sexual, pegou mal e acendeu um alerta nos bastidores de sua campanha à reeleição.

"Parei a moto numa esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas, três, quatro, bonitas; de 14, 15 anos, arrumadinhas num sábado numa comunidade", disse o presidente durante entrevista ao podcast Paparazzo Rubro-Negro na sexta-feira (14), na última sexta-feira.

"Pintou um clima, voltei, 'posso entrar na tua casa?' Entrei. Tinha umas 15, 20 meninas, [num] sábado de manhã, se arrumando —todas venezuelanas. Meninas bonitinhas, 14, 15 anos, se arrumando num sábado para quê? Ganhar a vida. Quer isso para a tua filha? E como chegou a este ponto? Escolhas erradas."

Um dos principais argumentos utilizados por aliados e pela campanha como um todo é afirmar que a frase é tirada de contexto. Primeira-dama, Michelle Bolsonaro afirmou que o marido tem costume de dizer que "pintou um clima" em diversos cenários.

Bolsonaro foi associado à pedofilia por conta da declaração contra as adolescentes de 14 e 15 anos, respectivamente, que recebiam, no dia da visita, uma ação social com foco em questões estéticas e de bem-estar, como maquiagem e massagem.

O caso foi bastante explorado por opositores, que tiveram uma derrota judicial significativa: presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes determinou a retirada do vídeo do ar e impediu que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu adversário no segundo turno, o reproduza na propaganda eleitoral.

Bolsonaro mencionou a decisão judicial durante o debate que aconteceu na TV Band, no último domingo (16). Ele ficou irritado ao ser questionado pelo caso na coletiva após o evento.

A campanha já gastou mais de R$160 mil para impulsionar links no Google afirmando que o presidente não é pedófilo. De acordo com aliados ouvidos pelo jornal Folha de São Paulo, a ideia com isso é conter prejuízos na internet, ambiente no qual o vídeo de Bolsonaro circulou amplamente. A Hashtag #BolsonaroPedófilo ficou entre as principais do Twitter desde a publicação do vídeo.

Michelle Bolsonaro e a futura senadora Damares Alves (Republicanos), ex-ministra do atual governo, também entraram em ação. As duas organizaram um encontro com as venezuelas citadas na entrevista.

Por fim, a campanha ainda estuda incluir viagens de campanha à fronteira do Brasil com a Venezuela, no estado de Roraima. É dessa maneira que querem demonstrar solidariedade aos refugiados do país vizinho.

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