Eleições

Debate TVE: no embate morno, ausência de ACM Neto roubou a cena

Publicado em 23/09/2016, às 00h00   Victor Pinto



O debate da TVE Bahia, com transmissão simultânea na rádio Educadora FM, realizado na noite desta quinta-feira (22) provocou aquilo que está faltando na campanha eleitoral deste ano: o acirramento dos adversários e uma movimentação mais interessante das candidaturas.  Mas apesar de ter provocado esse tipo de sensação, o embate entre os prefeituráveis soteropolitanos foi morno e a ausência do prefeito ACM Neto (DEM) roubou a cena e causou esse “banho Maria” no confronto mediado pelo jornalista Bob Fernandes.

Ao fim do primeiro debate das emissores de TV, fato que transformou a TVE pioneira em 2016 - pois a Band Bahia desistiu do confronto - os candidatos tiveram uma mesma linha de discurso das suas chegadas que foi atacar o prefeito, cuja carta, assinada por Silvio Pinheiro, coordenador de campanha de Neto, explicando sua ausência, foi lida e sua cadeira foi deixada vazia nos estúdios do bairro da Federação.

Nas entrevistas finais com a imprensa, pastor sargento Isidório (PDT) avaliou de forma positiva, mas foi o mais ácido em suas declarações. A todo momento apelidava ACM Neto de “Saruê” ou “Faraó”. Chegou a propor até uma alternativa de ausência dos candidatos no debate da TV Bahia para inviabilizá-lo, pois foi o único confronto, cuja presença de Neto, foi confirmada.

Com discursos de morde e assopra, Célia Sacramento (PPL), ao falar da sua relação com o prefeito, afirmou que está como vice-prefeita, “não pode cuspir no prato que comeu” e foi evasiva ao ser questionada se o prefeito lhe traiu. A ex-PV afirmou que o demista “não foi transparente (...). Não era obrigação ele me manter como vice, mas não achei honesto o fato de ele ter dito isso 12 horas antes”, comentou. Sobre o debate em si, Célia elogiou a produção da TVE e o Irdeb por propiciar esse primeiro confronto classificado por ela como “necessário”.

O candidato Fábio Nogueira (PSOL) chamou atenção ao trazer a baila a questão da legalização da maconha. Questionado como isso interferiria em sua possível função de prefeito, visto que o caso deve ser decidido a nível nacional, o pesolista afirmou que o chefe do Executivo pode ajudar no processo com a proposição de debates que pode abordar esses temas. Criticou severamente a questão da segurança e a possibilidade de “militarização da guarda municipal” e propôs a possibilidade da corporação ser uma “guarda parceira”.  E não deixou de criticar o prefeito ACM Neto. Nogueira o chamou de “covarde”.

No fim do debate Claudio Silva (PP) foi indagado a falar de “golpe”, termo utilizado pela esquerda para designar o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Se esquivou, afirmou que o assunto já é assunto definido pelo Senado Federal. Fez um discurso combativo da crise no campo político. Defendeu a discussão pela “legitimidade” das eleições. “Vem aí um novo processo de se discutir a legitimidade do processo eleitoral e pode ser que tenhamos uma nova eleição.  Então o mais importante nesse momento é que o Brasil entre nos trilhos e volte a crescer”.

Da Luz (PRTB) fez um discurso no qual defendeu a possibilidade do pleito deste ano ir para o segundo turno e tornou a chamar o chefe do Executivo, caso seja eleito, de prefeito “com data de validade”, ao mencionar a possibilidade de Neto sair com candidatura do governo do Estado em 2018 e deixar “a prefeitura nas mãos de Bruno Reis, do PMDB e de Geddel Vieira Lima que defende o Caixa 2 de campanha eleitoral”.

A candidata Alice Portgual (PCdoB), como os demais, criticou duramente ACM Neto (DEM) por sua ausência. Chamou as obras feitas pelo demista de “obras de maquiagem” e afirmou que não há nenhum tipo de interlocução prefeitura/população para se debater as ações governamentais do Executivo municipal. Questionada a falta do prefeito casou uma falta de foco no debate das ideias, a comunista negou, disse que o debate foi proveitoso, que se precisa discutir mais a cidade e de forma profunda.  

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