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Debate TVE: "Metralhadora" de Hilton atinge esquerda e base se une para atacar atual gestão; confira tudo

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Colocado contra a parede, Bruno Reis saiu da sombra de ACM Neto e prometeu maximizar os projetos que deram certo na capital  |   Bnews - Divulgação Reprodução/TVE

Publicado em 24/10/2020, às 21h45   Luiz Felipe Fernandez e Yasmin Garrido


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As eleições deste ano para a Prefeitura de Salvador estão pegando fogo, com dois lados muito bem divididos e um juiz que aponta as faltas de ambos os times em campo. Esse tem sido o papel de Hilton Coelho (Psol), que alfineta tanto ACM Neto (DEM) quanto Rui Costa (PT).

Em uma das trocas de perguntas no debate da TVE Bahia, que aconteceu neste sábado (24), Hilton não deixou barato para Olívia e acusou a adversária de ser omissa na votação da Previdência estadual. 

“Rui Costa, assim como ACM Neto, apoiou a reforma da Previdência de Bolsonaro e fez o mesmo aqui na Bahia, retirando, agressivamente direitos dos servidores, fechou escolas, extermina os jovens negros, precariza o serviço público, precariza a Embasa (...) você vai fazer com Salvador as perversidades que Rui Costa faz com a Bahia?”, provocou o psolista.

Em uma tentativa de jogo casado, Major Denice também viu o tiro amigo sair pela culatra quando Hilton acusou o governador Rui Costa (PT) de dar o mesmo tratamento do prefeito ACM Neto à mobilidade urbana na capital, com a retirada do trilho do Subúrbio e favorecimento a empresários. 

Apesar das propostas dos candidatos para as diferentes áreas, em tempos de crise sanitária instaurada pela pandemia de Covid-19, outro ponto que marcou o debate da TVE foi a carência de projetos para a área da saúde, que sequer foi citada pela maior parte dos candidatos.

Apontado como favorito nas pesquisas de intenções de voto, Bruno fez o dever de casa. Saiu da sombra do atual prefeito ACM Neto, focou em maximizar os projetos colocados em prática e prometeu cumprir o que ainda não foi feito. Mostrou preparo e não se deixou cair na provocação dos adversários – que insistiram.

CASAMENTO DEMOCRATA

No debate deste sábado, também choveu ataques à dobradinha ACM Neto e Bruno Reis, ambos do partido Democratas. Mais uma vez, usaram o nome do ex-ministro Geddel Vieira Lima para atacar o candidato ao Thomé de Souza. Hilton Coelho afirmou que “Bruno foi apadrinhado pelo bandido Geddel e defendeu ele no caso das malas de dinheiro”.

Major Denice citou a pouca atenção dada pelo governo de Neto ao setor cultural. “Não cabe um orçamento de 0,2% à cultura. A cultura em Salvador é muito mais do que Carnaval”, porque “é uma cidade que sonha, imagina e pulsa cultura”, disse.

Olívia Santana foi outra que não mediu palavras para atacar a dupla. Após criticar o que chamou de ‘favorecimento de familiares e primos’ em contratos da Prefeitura de Salvador, a comunista afirmou que o gestor municipal e os colegas de partido “querem a negrada para carregar as pedras, construir os prédios e universidades onde eles vão morar e estudar”.

Candidato pelo Podemos, Bacelar fez dobradinha com Denice para detonar a política fiscal do município, que na visão do ex-secretário impede a entrada de novos investimentos na cidade.

Celsinho, por sua vez, fez o papel mais amigável do debate. Utilizou o espaço para perguntas e para falar das próprias propostas. No tom ácido à gestão atual, preferiu não se envolver nessa briga e disse que o prefeito eleito vai poder aproveitar o que de bom fez ACM Neto para Salvador.

PERDEU A CHANCE

A deputada estadual desperdiçou a chance de ir para cima talvez daquele que seja a principal pedra no seu caminho para um sonhado segundo turno, o Pastor Sargento Isidório (Avante), ao lado de Major Denice (PT), que cresce nas pesquisas.

Olívia perguntou a opinião do pastor sobre a má qualidade do transporte municipal e deu brecha ao postulante endossar a crítica à superlotação dos ônibus, principalmente nos tempos de pandemia.

METRALHADORA GIRATÓRIA

A “metralhadora giratória” de Hilton Coelho, como comparou Olívia, acertou o deputado Bacelar (Podemos). Na sua consideração final, o postulante do PSOL lembrou as polêmicas do parlamentar à época à frente da secretaria de Educação, inclusive citando o incêndio na sede da pasta no prédio Solar Boa Vista.

Bacelar chegou a pedir direito de resposta que, no fim, acabou não sendo concedido.

MILITARIZAÇÃO

Os dois candidatos da base de Rui, Bacelar e Isidório, divergiram no debate sobre a militarizaçãs nas escolas. Sargento da Polícia Militar, o pastor tem defendido a parceria com o governo do estado para expandir esse modelo de educação. Já o postulante do Podemos rebateu e afirmou que este molde representa um "retrocesso".

Classificação Indicativa: Livre

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