Eleições

Nanicos protagonizam debate da ABI/OAB após ausência de Bruno Reis; evento teve falhas técnicas

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BNews retransmitiu o evento que reuniu candidatos à prefeitura de Salvador  |   Bnews - Divulgação Divulgação/ABI

Publicado em 04/11/2020, às 23h23   Henrique Brinco, Luiz Felipe Fernandez e Eliezer Santos


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A menos de duas semanas das eleições municipais, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) realizou nesta quarta-feira (4) o último debate entre os candidatos à prefeitura de Salvador. O evento, em parceria com a OAB-BA (Ordem dos Advogados do Brasil/Seção Bahia), aconteceu no auditório Samuel Celestino, edifício-sede da ABI, e reuniu todos os nove postulantes ao cargo. O BNews participou do pool de veículos de comunicação retransmitindo o evento e realizando uma cobertura exclusiva em tempo real.

O encontro foi marcado pelas falhas técnicas e por bate-bocas entre os candidatos, que questionaram o número desigual de perguntas feitas pelos jornalistas. A jornalista Suely temporal mediou o encontro e precisou ter jogo de cintura para contornar os problemas, controlar os postulantes e seguir com o programa ao vivo por intermináveis mais de três horas. 

Diante da ausência do principal candidato do pleito, o vice-prefeito Bruno Reis (DEM), os nanicos assumiram o protagonismo da noite. Cezar Leite (PRTB), Hilton Coelho (PSOL) e Rodrigo Pereira (PCO) tocaram em temas sensíveis e polêmicos que não haviam sido abordados nos debates "amistosos" promovidos pela TVE Bahia e pela Band Bahia anteriormente. O psolista chamou o vice-prefeito de "fujão" por não ter comparecido sob justificativa de conflito de agenda. "Seria muito importante que o candidato fujão estivesse aqui, porque mentiu no debate anterior que irá resolver problema do desemprego. Aliás, quero mandar um recado para você Bruno Reis: que covardia", disparou.

As candidatas do PCdoB e do PT, Olívia Santana e Major Denice continuaram em uma "guerra fria" sobre quem tem mais a representatividade como candidatas mulheres e negras, porém evitaram mais uma vez trocar farpas diretas entre si. A comunista voltou a cobrar o apoio do seu principal cabo eleitoral, o governador Rui Costa (PT), que está engajado na campanha da adversária. "Tenho 30 anos de militância. Na luta dos trabalhadores, na luta pela educação. Aprendi a fazer política no movimento estudantil", ressaltou a deputada estadual. A ex-comandante da Ronda Maria da Penha, por sua vez, também jogou confete no próprio currículo. "Tenho 30 anos de serviço único. Sou essa mulher que trouxe todas as pautas de ideologia que agregam meu partido" 

A petista ainda defendeu o legado do PT ao ser confrontada por Cezar Leite, que relembrou os escândalos do Mensalão e do Petrolão.  "Um partido que permitiu que eu, uma mulher preta da periferia, pudesse ascender socialmente", ressaltou. Na tréplica, Cezar rebateu o slogan da coligação "Que Cuida de Gente", da qual Denice participa. "Possivelmente, cuida da gente do partido, mas da população não. Maior índice de violência foi na gestão do PT, o maior índice de narcotráfico e pior índice de educação é do PT", disse o bolsonarista.

Rodrigo passou a maior parte do programa fazendo ataques contra o presidente Jair Bolsonaro e ainda atacou a aliança entre Olívia e o PP ao responder uma pergunta do editor do BNews, Victor Pinto. Ele ressaltou que a legenda pepista faz parte da base de sustentação do Palácio do Planalto. "Como a gente faz isso [combater o governo federal] sendo que a  senhora [Olívia] tem como vice um camarada do PP, que é da base de Bolsonaro?", questionou. "O PP, que é vice da candidata Olívia Santana, é o articulador do agronegócio da Bahia. É um dos maiores grileiros da Bahia, senão do Brasil", disparou.

Assim como já tinha acontecido em outros debates, os candidatos Bacelar (Podemos) e Celsinho Cotrim (PROS) fizeram uma "tabelinha" e não entraram em um confronto direto. O deputado federal do Podemos aliviou para Cotrim e perguntou quais as propostas dele para melhorar a vida dos ambulantes na capital baiana. O apresentador agradeceu ao parlamentar a oportunidade de apresentar as suas ideias e garantiu que a sua gestão será "pedagógica e não punitiva".

O Pastor Sargento Isidório (Avante), por sua vez, foi incisivo nas críticas contra a Prefeitura de Salvador e chegou a dizer que houve pessoas que chegaram a ter um "aneurisma" em razão do aumento do IPTU. "O que o prefeito esta fazendo é desnecessário", resumiu. Questionado pela jornalista Malu Fontes se estava por dentro da situação orçamentária da Prefeitura, o líder evangélico se mostrou incomodado e afirmou que não era um "computador". O postulante do Avante apresentou números, mas reiterou que o mais importante é ter uma equipe competente ao seu lado.

O evento também homenageou o jornalista Samuel Celestino, ex-presidente da Diretoria Executiva e da Assembleia-geral da instituição. A eleição acontece no próximo dia 15 de novembro.

Assista ao debate na íntegra:

Classificação Indicativa: Livre

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