Vovô do Ilê brada por falta de apoio ao bloco: "a forma do racismo mudou"

O ano é de muitas comemorações para o Ilê Aiyê. Em 2019, o bloco completa 45 anos de desfiles ininterruptos no Carnaval de Salvador e também realiza a 40ª Noite da Beleza Negra, neste sábado (16), quando será escolhida a Deusa do Ébano dentre às 15 finalistas apresentadas nesta sexta-feira (15).

No entanto, para o fundador do bloco, Antônio Carlos do Santos, conhecido como Vovô do Ilê, mesmo sendo um ano especial, a carência de patrocínio ainda é algo que tem dificultado o desfile a cada ano e inclusive associou o fato ao racismo.

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Em entrevista ao BNews, Vovô não escondeu a chateação com a falta de incentivo com o Ilê e todas as agremiações afro. "Apesar de datas tão marcantes e comemorativas, mas na hora de ter um retorno, o investimento na arte, na cultura do povo negro, ainda é muito pouco, ainda tem muita discriminação nesse sentido. Ainda tem dificuldade, que mesmo com o projeto já aprovado, as empresas ainda não querem apoiar", bradou.

E tais dificuldades são vistas por ele também como racismo. "Apesar de ser um bloco grande, a forma do racismo mudou. O pessoal agora quer impedir seu crescimlento, seu empoderamento, que acham que apoiar um movimento como esse está fortalecendo o povo negro, não sei o que passam na cabeça deles. E não é só o Ilê, mas todos os blocos afro passam por isso. Mesmo com uma data marcante dessa cidade, todo mundo sabe que todo ano tem Beleza Negra, um dos eventos mais importantes do Carnaval da Bahia, mas é muita dificuldade para colocar o bloco na rua, em questão de patrocínio, está muito difícil", desabafou.  

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