Entretenimento

Influencer denuncia racismo na Liberatum e evento demite funcionário; veja vídeo

Reprodução/Vídeo
Liberatum aconteceu em Salvador, no início do mês de novembro  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Vídeo

Publicado em 08/11/2023, às 14h29   Cadastrado por Sanny Santana


FacebookTwitterWhatsApp

O influenciador baiano Jackson Cunha, conhecido como Vitty, denunciou, nas redes sociais, ter sofrido racismo por parte de um colaborador do festival Liberatum, que aconteceu no início do mês de novembro, em Salvador.

Segundo o blogueiro, um homem branco e estrangeiro constrangeu ele, seus amigos e algumas outras pessoas negras no festival. Em uma das ocasiões, ele tentou impedir que fãs, negros, tirassem fotos com artistas. O caso aconteceu no segundo dia de um jantar ocorrido entre personalidades do evento.

"Segundo dia de jantar, eu encontro meus amigos e vamos tirar foto no backdrop, não só a gente como tinha outros influenciadores e artistas pretos também, esperando para tirar foto, e aí chega um grupo de 'paquitas' e uma pessoa específica comça a intervir, entrar na frente das câmeras quando a gente tirava foto. Ele começa a entrar na frente das câmeras porque queria que a gente saísse para ele, branco, e as 'paquitas' brancas tirarem foto também", declarou. 

"Não aconteceu nem uma, nem duas vezes, aconteceram várias vezes e não só comigo, mas com outras pessoas também. O evento já começou errado por colocar pessoas brancas para palestrar para pessoas pretas no evento que é para pessoas pretas", completou.

Segundo Vitty, após o episódio, o homem foi expulso do evento, mas disse que ele voltou a estar presente no fechamento da Liberatum

Por meio de nota, o fundador da Liberatum, Pablo Ganguli, declarou repudiar a situação de racismo. "A Liberatum se responsabiliza e se solidariza com toda e qualquer pessoa que tenha experienciado discriminação, em especial Vitty, que publicamente sinalizou o caso criado por um dos nossos funcionários, que foi imediatamente expulso do local", declarou. Confira a nota na íntegra:

"A Liberatum expressa publicamente repúdio às situações de racismo que aconteceram nos últimos dias.

Eu, Pablo, fundador da Liberatum. Pessoa não-branca, indiana, queer, não só tive meu cargo questionado por pessoas brancas do público, como fui fisicamente empurrado por uma delas durante o festival.

A Liberatum se responsabiliza e se solidariza com toda e qualquer pessoa que tenha experienciado discriminação. Em especial @uvitty que publicamente sinalizou o caso criado por um dos nossos funcionários que foi imediatamente expulso do local. Após investigação interna o mesmo foi devidamente notificado e demitido. Nós não compactuamos com nenhuma forma de discriminação ou intolerância a ninguém. É contra tudo que lutamos.

O festival Liberatum é um projeto plural, não-comercial aberto ao público e gratuito que visa construir pontes entre diferentes culturas. Com o intuito de viabilizar oportunidades, fomentar e exaltar agentes de mudança e criativos ao redor do globo. Buscamos refletir a cultura de cada país pelo qual passamos e quando decidimos escolher Salvador para sediar este evento, sabíamos da necessidade de celebrar a contribuição afro-brasileira para a construção cultural de Salvador e do Brasil, principalmente quando o país enfrenta o racismo estrutural diariamente.

À nossa equipe, composta majoritariamente de pessoas pretas, dentro de todos os setores do festival. E ao nosso público que saiu deste final de semana inspirado e positivamente afetado, nosso muito obrigado por fazer parte disso. Você é a razão pela qual continuamos a fazer o que fazemos. Com carinho e respeito, Pablo Ganguli".

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp