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Jô Soares foi acusado de esconder filho autista já falecido

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Jô negou ao ser acusado de esconder o filho Rafael Soares, já falecido  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Instagram

Publicado em 05/08/2022, às 10h46 - Atualizado às 11h35   Redação Bnews


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O humorista Jô Soares faleceu na madrugada desta sexta-feira (05) e além das homenagens, começam a ressurgir histórias. Em uma de suas últimas entrevistas ao Conversa com Bial, ele foi questionado sobre ter escondido seu único filho, já falecido.

Apesar de ter vivido vários relacionamentos com famosas e três casamentos, Jô teve apenas um filho. Rafael Soares, fruto do relacionamento com a atriz Therezinha Millet Austregésilo, era autista e faleceu aos 50 anos, em outubro de 2014, após lutar contra um câncer no cérebro.

Durante a entrevista com Bial, ele negou que tenha escondido o filho, já que sempre mencionava Rafael em suas aparições. “Eu jamais esconderia meu filho. Tinha orgulho desse talento musical que ele tinha, um ouvido absoluto. Ele fez a música do meu show, tinha um dom”, relatou.

DO COMEDIANTE AO ENTREVISTADOR
Jô Soares trabalhou como office boy num escritório de exportação de café e noutro de turismo vendendo passagens aéreas. Estudou para ser diplomata, mas repensou a decisão quando escutou de Silveira Sampaio que, independentemente do que ele fizesse, ia acabar no showbusiness.

Foi o que aconteceu. Jô passou a frequentar grupos teatrais, namorando Tereza Austragésilo, até que em 1958, aos 19 anos, estreou na televisão a convite de Adolfo Celi, no programa "TV Mistério" da TV Rio, ao lado de Tônia Carrero e Paulo Autran.

Depois, passou a escrever e atuar em programas da TV Continental e da TV Tupi. Em 1959, estreou no teatro como o bispo de "Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna.

Sua fama nacional como comediante foi conquistada em 1967, como o mordomo da "Família Trapo", na TV Record, programa que também ajudava a escrever.

Em 1970, foi para a TV Globo, atuando em programas como "Faça Humor, Não Faça Guerra", que estreou naquele mesmo ano, "Satiricom", de 1973, e "Planeta dos Homens", de 1982, até ter seu próprio programa, o "Viva o Gordo", também de 40 anos atrás.

Jô deu vida a mais de 200 personagens, como o Capitão Gay e a cantora Norminha, marcando bordões como "vai para casa Padilha", "não me comprometa" e " macaco tá certo".

Em 1987, mudou para o SBT para realizar o sonho de ter um programa de entrevistas inspirado nos talk shows americanos, o Jô Soares Onze e Meia, e manteve seu programa de humor, agora chamado de "Veja o Gordo". Houve ressentimento na Globo com a saída do comediante, travando uma guerra de audiência e a proibição na Globo dos anúncios do espetáculo que Jô tinha em cartaz na época e de comerciais de todos os que trabalhavam em seu programa semanal.

Em 2000, ele voltou para a Globo com o Programa do Jô, levando os 23 integrantes da atração, incluindo a camareira e o office boy. Justificou o retorno com a vontade de usar o departamento jornalístico da Globo a favor de seu talk show.

ARTISTA MULTITALENTOSO
Jô Soares foi escritor, jornalista, dramaturgo, diretor e ator de cinema e de teatro, músico e artista plástico.

Ele escreveu para a revista Manchete, para o jornal O Globo, o Jornal do Brasil, além deste jornal, e foi colaborador da revista Veja por sete anos.

Lançou cinco romances policiais, "O Xangô de Baker Street", de 1995, "O Homem que Matou Getúlio Vargas", de 1998, "Assassinato na Academia das Letras", de 2005, e "As Esganadas", de 2011, além de uma autobiografia em dois volumes, lançada há cinco anos.

Chegou a vender mais de 1 milhão de cópias, alcançando o topo da lista dos mais vendidos, e foi editado nos Estados Unidos e na Europa. O escritor gostava de misturar ficção com fatos e fazer referências a personagens verídicos.

Jô tocava bongô, piano, piston, saxofone, trompete e violão. Compunha prefixos musicais para seus espetáculos e já teve programas musicais em rádios.

Pintava acrílico sobre tela, chegando a fazer exposições individuais no Brasil e no exterior. Uma mostra em São Paulo, em 2004, por exemplo, contou com 54 obras suas. Ele participou ainda da Bienal de São Paulo, em 1967.

No teatro, contracenou com Cacilda Becker, recebendo elogios de Décio de Almeida Prado. "Seu talento é tão vasto quanto sua circunferência", disse o crítico. Jô ainda dirigiu autores nacionais e estrangeiros, como Shakespeare, Nelson Rodrigues, Neil Simon e Edward Albee, e encabeçou diversos espetáculos solos, escritos, produzidos e interpretados por ele, como "Na Mira do Gordo" e "Remix em Pessoa".

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