Após rebaixamento, grupo que comanda Bahia de Feira deixa futebol depois de 15 anos: "É muito desgastante emocionalmente"

Há mais de 14 anos na Série A do Campeonato Baiano, o Bahia de Feira amargou rebaixamento para segunda divisão do estadual. Campeão baiano em 2011, o Tremendão não fez boa campanha no Baianão 2024 e apesar da goleada aplicada no Juazeirense, por 5 a 1, a queda aconteceu. O BNews conversou com Thiago Souza, presidente do clube.

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De acordo com o gestor, a Família Souza – responsável pela administração do futebol do time feirense – vai sair do clube e admitiu vender o Bahia de Feira para um novo investidor. Além disso, o presidente do Tremendão reclamou da falta de apoio por parte da Prefeitura de Feira de Santana e do empresariado local.

A família Souza, tanto eu, quanto meu pai, a ideia é sim que nós iremos deixar o futebol. É muito desgastante emocionalmente, nós convivemos diariamente com erros de arbitragem que culminam numa queda como foi o caso desse ano. Nós nos sentimos prejudicados, sempre com erros contra, não sentimos apoio do poder público em nossa cidade, onde já chegamos por diversas vezes a implorar o Joia da Princesa por um turno de treinamento”, inicia.

E completa:

Nós não temos apoio do particular de Feira de Santana, do empresário. Então isso tudo, fora o desgaste emocional, junto com altos investimentos financeiros, nos levou a pensar e a ponderar que seria melhor a gente cuidar da nossa vida. Nós temos muitos afazeres e estamos deixando o futebol. Foram 15 anos, acredito que tivemos uma trajetória bem-sucedida dentro do possível, mas nós iremos estar deixando”, afirma Thiago.

Futuro do clube e busca por investidores

Diante disso nos próximos meses a atual diretoria do Bahia de Feira deve ir ao mercado buscar novos investidores que estejam interessados em manter o futebol do Tremendão. O clube foi criado em 2 de julho de 1937 (atualmente com 86 anos de existência).

O futuro do Bahia de Feira a gente espera que possa aparecer um grupo empresário, alguém da bola ou não, que tenha gás, que estejam com mais afíncuo de vontade em investir no futebol, para que possa dar sequência no Bahia de Feira”, explica.

Ainda de acordo com o presidente Thiago Souza, caso não apareçam empresários interessados em investir no Bahia de Feira, o clube permanecerá parado sem desenvolver atividades no futebol. Ou seja, há a possibilidade do Tremendão não disputar a Segunda Divisão do Campeonato Baiano na próxima temporada.

A próxima temporada, se ninguém assumir, o Bahia de Feira ficará parado, como já aconteceu no passado. Esperando alguém assumir, mas se continuar na nossa mão, nós não iremos mais estar operando no futebol”, disse o gestor.

Patrimônio do clube

Questionado quanto ao futuro da Arena Cajueiro, casa do Bahia de Feira desde 2018, o presidente do Bahia de Feira informou que o equipamento é um patrimônio do Grupo Nobre – empresa da Família Souza. Ainda não foi decidido sobre as próximas ações, mas o espaço poderá receber uma vasta gama de eventos, seja do futebol ou não, além da possibilidade de ser vendido juntamente com o clube.

Nós iremos ver como viabilizar, seja com torneios de base, seja torneios de base nacional, seja com escolinha, seja aluguel de associações, seja para festas, seja para aniversários, enfim. Existe uma gama muito grande de eventos que a gente pode fazer na Arena Cajueiro. E também tem a possibilidade de um investidor querer comprar o Bahia de Feira junto com a Arena, querer arrendar. Então, existem várias formas de negócio que a gente vai aguardar com muita calma para a gente ver qual é o melhor”, finaliza.