Ex-zagueiro do Bahia é citado em esquema de apostas durante período em que defendeu o clube; saiba mais

O zagueiro Didi, que fez parte do elenco do Bahia que conquistou o acesso para a Série A em 2022, foi diretamente citado nas investigações da Operação Penalidade Máxima II do Ministério Público de Goiás. Atualmente ele joga no Avaí.

De acordo com as investigações, o jogador trocou mensagens em novembro do ano passado com o apostador que aliciou Eduardo Bauermann, do Santos, para receber cartões nos jogos contra Avaí e Botafogo pela Série A 2022 e depois o ameaçou pelo esquema não ter dado certo. Na época, Didi defendia o Esquadrão de Aço.

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No diálogo, Didi demonstra conhecimento do esquema de manipulação e confirma ter ter realizado uma aposta combinada para que Eduardo Bauermann (Santos), Moraes (Juventude), Kevin Lomónaco (Red Bull Bragantino), Dadá Belmonte (Goiás), Paulo Miranda (Juventude) e Igor Cariús (Cuiabá) recebessem cartões em seus respectivos jogos pela 36ª rodada do Brasileirão. Veja parte do diálogo:

Didi: "A odd ficou quanto?"

Apostador: "Muito bom, excelente na verdade" 

Didi: "Quanto, viado? Odd de quanto?"

Apostador: "Espera, agoniado. Não começa a me agoniar, não. (Odd) De 500"

Didi: "Porra, começa a falar e não termina. Se fuder kkk. Caralho! 500? Você é louco, essa vai ser a boa hein, cuzão! Você é louco, vai salvar. Papo de milhões"

Apostador: "Vai em nome de Jesus, irmão. Confia!"

Didi: "Claro que confio, pau no cu"

Apostador: "Hacker chegando vou começar" 

Didi: "Tá bom. Os amigos lá do Atlético (não especifica qual) vão nessa também?"

Apostador: "Não"

Didi: "Entendeu, viado. Manda aí quem são os caras, viado. Porra! Deixa os outros curioso, filho da puta. Vou fazer na minha aqui, tô no busão, chegando no aeroporto. Manda aí, filho. Pra mim fazer. Vou embarcar já, já" 

Apostador: " Bauermann (Santos), Keven (Bragantino), Dadá Belmonte (Goiás), Paulo Miranda (Juventude), Moraes (Juventude), Igor da Silva (Cuiabá)"

No diálogo seguinte, Didi cobra o apostador pelo pagamento de R$ 250 mil a um terceiro não identificado. O prejuízo estaria diretamente ligado ao fato de Eduardo Bauermann não ter recebido o cartão vermelho no jogo contra o Botafogo, no dia 11 de novembro do ano passado.

Veja:

Na sequência, o integrante da quadrilha explica a Didi que Bauermann estava devolvendo, em parcelas mensais de R$ 50 mil, o dinheiro perdido pelos criminosos.

O apostador ainda questionou no final da conversa se Didi conhecia algum jogador do Vila Nova disposto a cometer um pênalti. O valor acordado entre eles seria de R$ 80 mil, sendo R$ 40 mil antecipados e mais R$ 40 mil após concluído o serviço.

“Mano, só conheço atacante que joga lá. Pênalti no 1º tempo? Paga quanto que já vejo se os zagueiros são fechamento dele”, respondeu Didi.

A reportagem do BNews traz em sua editoria de esportes todos os jogadores que já foram citados na Operação Penalidade Máxima. Confira a lista!