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Cantora denunica racismo após aeroporto pedir para revistar seu cabelo: "Aterrorizada"

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Vítima disse ter sofrido com "revista aleatória" em aeroporto  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Redes sociais

Publicado em 14/12/2023, às 16h12   Cadastrado por Sanny Santana


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A cantora Luciane Dom relatou, em suas redes sociais, ter sofrido uma situação de racismo no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, após ter seu cabelo revistado, nesta quinta-feira (14).

Segundo a artista, ela foi parada para uma "revista aleatória" minutos antes de embarcar a caminho de São Paulo. Nesse momento, eles pediram para revistar seu cabelo.

"Eu já tinha passado a mala no scanner, e eu mesma já tinha passado no scanner corporal. A mulher me diz "tenho que olhar seu cabelo". Eu olho pra ela aterrorizada com a violência dessa ato. Ela chama o superior. Meu dia acabou", declarou a mulher.

"Eu trabalho com arte, criando possibilidades e imaginários diferentes, fazendo pessoas sonhares... me fazendo acreditar na mudança. Queria ao menos ter ânimo e cabeça pra continuar divulgado o som e falando o que eu tava falando durante a semana... queria estar leve! Mas não", completou a vítima.

No X, antigo Twitter, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, lamentou o ocorrido e informou que o ministério está se mobilizando para entender o ocorrido.

"Lamento o ocorrido com a Luciane Dom no aeroporto Santos Dumont, no RJ. Infelizmente, casos como esses não são pontuais. Nosso corpo e nosso cabelo precisam ser respeitados. A equipe do @igualracial_gov já está se mobilizando para entender e acompanhar o caso", disse Anielle no post.

A Infraero, que administra o Santos Dumont, informou, por meio de nota, que a cantora "foi selecionada aleatoriamente para uma inspeção manual" e que "após averiguação interna, foi constatado por imagens de câmeras de segurança que não houve uma inspeção nos cabelos".

A nota informou ainda que "um dos procedimentos previstos para garantir a segurança do passageiro e demais usuários, a realização de inspeção de segurança aleatória é prevista na Resolução ANAC nº 515, de 8 de maio de 2019. Destaca-se que os pórticos detectores de metais do aeroporto têm a capacidade de gerar alarmes aleatórios, com acionamento de forma automática ou sob ação do passageiro, para fins de controle de execução da inspeção aleatória".

"Importante ressaltar que a inspeção de segurança aleatória é independente de origem, raça, sexo, idade, profissão, cargo, orientação sexual, orientação religiosa ou qualquer outra característica do passageiro".

"A Infraero reitera que repudia quaisquer formas de discriminação, que comportamentos como injúria racial e racismo não são tolerados nos aeroportos sob sua administração e está à disposição das autoridades competentes para os esclarecimentos que façam necessários", completa.

Classificação Indicativa: Livre

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