Dia do Motociclista: Conheça os desafios de andar sobre duas rodas

Nas grandes rodovias, nas ruas e vielas, nos becos e favelas, nos bairros e avenidas, os motociclistas estão em todo lugar. O Dia do Motociclista, comemorado em 27 de julho, celebra a existência dos condutores que andam sobre duas rodas, seja por hobby, ou profissionalmente. A data, além disso, serve para alertar sobre a importância do apoio à classe, que diariamente enfrenta uma série de desafios.

O motociclista Jorge Grucci, que atua há 22 anos como mototaxista na cidade de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, falou sobre as dificuldades de andar sobre duas rodas. “A dificuldade que hoje muitas vezes a gente acaba encontrando aqui é realmente em termo de segurança, muito assalto que, infelizmente, estão ocorrendo no geral, e a questão do trânsito em si, em razão de alguns condutores com uma direção agressiva e que acabam colocando a gente em risco”, aponta.

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Apesar dos desafios, o motociclista defende a utilidade da motocicleta sobretudo como fonte de renda. “Tirando os desafios, hoje, praticamente, a gente pode considerar a motocicleta o meio de trabalho mais rápido, em termos de trabalho hoje, está oferecendo vários, inúmeros fins de serviço, e que vêm crescendo a cada dia mais. Estão surgindo muitos aplicativos, tanto para transportar produtos, quanto passageiros”, considerou.

Apoio do poder público

O advogado Danilo Oliveira, presidente da Comissão Especial de Trânsito da Ordem dos Advogados do Brasil secção Bahia (OAB-BA) e fundador do Instituto Brasileiro de Direito de Trânsito (IBDTrânsito), informou de que forma o poder público pode contribuir com um trânsito mais seguro para os motociclistas.

“O poder público pode ajudar através de campanhas de educação e informação para os motociclistas, de como eles devem estar conduzindo, de preparar e qualificar os profissionais que usam os equipamentos de duas rodas, as motocicletas, com a capacitação desses profissionais, cadastramento deles, obediência às resoluções sobre motofretistas e mototaxistas, para que todos os profissionais dessa área estejam capacitados e com suas motocicletas devidamente equipadas, conforme as determinações dessas resoluções”, sugeriu.

Ainda segundo o especialista em Direito de Trânsito, “o poder público, através dos municípios, deve fazer com que essas regras sejam obedecidas, trazendo, assim, uma segurança viária muito maior, e protegendo a vida desses profissionais e dos cidadãos em geral, que interagem a todo momento com o trânsito”, emendou.

Para Oliveira, tais contribuições por parte do poder público são importantes “para que todos os profissionais desta área estejam capacitados e com suas motocicletas devidamente equipadas, conforme as determinações”, afirmou.

Uma das recentes ações do poder público em favor dos motociclistas é a campanha da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), que consta no calendário oficial do órgão através da resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que estabelece a realização de campanhas educativas de trânsito a serem realizadas de janeiro a dezembro de 2022.

Neste mês de julho, o calendário prevê uma campanha que visa “focar nos cuidados com a vida de quem está sobre duas rodas e da necessidade de atitudes responsáveis no trânsito; trabalhar a importância do uso de capacete, da habilitação, controle da velocidade, riscos de se trafegar em pontos cegos, e demais equipamentos de segurança; destacar o crescimento da frota de motocicletas durante a pandemia e seus impactos na atividade de motofretistas e mototaxistas e atuar na regularização e fiscalização sobre o serviço de moto frete”.

Papel do motociclista

Os motociclistas também têm um papel fundamental na preservação de vidas no trânsito e na segurança do segmento. Para Danilo Oliveira, o motociclista ajuda e contribui no trânsito a partir do momento que cria um movimento de responsabilidade. “Usando capacete com viseira fechada, com atenção, respeitando as regras de trânsito, praticando a direção defensiva, fazendo a manutenção das suas motocicletas em dia, já que é um equipamento mais frágil num possível sinistro de trânsito”, considerou.

“Além disso, os motociclistas podem contribuir tendo um olhar de pensar no outro, tanto nos pedestres, nos ciclistas, que são modais inferiores a ele, como ele pensar nos modais superiores a ele, que são os veículos e carros grandes, e aí vem a prática da direção defensiva”, finalizou o fundador do IBDTrânsito.