Justiça

Advogado do caso Mari Ferrer afirma que atuou nos limites legais e que não se arrepende de falas polêmicas

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Cláudio Gastão da Rosa Filho foi duramente criticado por atuação no caso   |   Bnews - Divulgação Reprodução // Youtube

Publicado em 05/11/2020, às 16h12   Redação BNews


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O advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho recebeu duras críticas por sua atuação a favor do empresário de André de Camargo Aranha, réu por acusação de estupro contra a influencer Mari Ferrer. Em entrevista ao Estadão, Cláudio discordou da tese de que a decisão deixa transparecer que houve "estupro culposo", ou seja, quando não há a intenção.

"Discordo. A investigação resultou em inquérito de 3 mil páginas. Foram ouvidas 22 testemunhas, 5 delas mais de uma vez, além do acusado e da autora. Seis exames periciais, busca e apreensão e perícia dos equipamentos eletrônicos. Em nenhum momento as provas comprovaram estupro", disse.

Questionado sobre por que usou fotos da Mariana como modelo ao sustentar que a denúncia seria falsa e, também, por que falou em “posições ginecológicas”, o advogado explicou: "Os trechos distorcem o contexto. As audiências foram tensas e os embates entre defesa e Mariana foram constantes e longos. Dinâmicas entre a acusação e a defesa, especialmente em casos mais complexos, abrangem aspectos relacionados a hábitos, perfis, relacionamentos e posturas dos envolvidos. Minha indagação se referiu ao fato de ela ter mudado completamente o perfil de suas postagens após o início da denúncia infundada. Toda pessoa tem o direito de postar e tirar fotos como quiser e não deve ser julgada por isso. O ponto-chave é a mudança brusca de comportamento da Mariana para supostamente sustentar o estereótipo criado para a personagem que protagoniza o caso".

Cláudio Gastão da Rosa Filho diz não ter se arrependido de nenhum comentário feito durante o julgamento. "As dinâmicas entre acusação e defesa muitas vezes seguem ritos acalorados. Em face ao vazamento seletivo de áudios, imagens e trechos de um processo em sigilo de Justiça, lamento o mal-entendido caso alguém tenha se sentido ofendido. Tenho a convicção de ter atuado nos limites legais e profissionais, considerando-se a exaltação de ânimos que costuma ocorrer", disse.

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