Meio Ambiente

Dia Internacional da Reciclagem: Entenda importância do descarte correto de lixo

Fernando Frazão/Agência Brasil
Saiba de que forma a reciclagem pode beneficiar não apenas o meio ambiente, mas também quem a pratica  |   Bnews - Divulgação Fernando Frazão/Agência Brasil

Publicado em 17/05/2022, às 05h55 - Atualizado às 06h00   Beatriz Araújo


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Celebrado em 17 de maio, o Dia Internacional da Reciclagem reforça a importância do descarte correto de lixo como forma de promover a preservação do meio ambiente. Instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a data busca, ainda, estimular a reflexão acerca do que atualmente é um grande problema para o país: o acúmulo significativo de resíduos. Isto porque, de acordo com um levantamento do Fundo Mundial para a Natureza, o Brasil é o quarto produtor de lixo plástico do mundo. Das 11.355.220 toneladas armazenadas, apenas 1,28% são destinados à reciclagem.

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O fotógrafo Paulo M. Azevedo, que pratica reciclagem dentro de casa há cerca de dois anos, falou sobre os benefícios que vem tendo desde que aderiu a iniciativa. “Se você compra um produto, você acaba sendo responsável pelo lixo que você produz, porque já que você compra um produto, você é responsável por esse produto, então a gente tem que começar a pensar um pouco na questão de como se desfazer desse produto”, elencou.

“Por conta disso, eu comecei a reciclar o material em casa, então, por exemplo, tudo o que é plástico, vidro, lata, tudo a gente consegue separar. O único cuidado que tem que ter é que você tem que higienizar, tem que lavar, e separar. Eu comecei a fazer isso e observei que o lixo que eu estava descartando diminuiu em 50%”, emendou Paulo.

Em entrevista ao BNews, Azevedo conta que costuma reciclar até mesmo alimentos. “Tem as verduras que dá para fazer compostagem e eu passo para meu pai. Ele faz todo o processo de compostagem, e depois me passa o adubo já orgânico, que eu utilizo nas minhas plantas”, explicou.

“O lixo que eu gero hoje na minha residência é o lixo do banheiro, que é descarte, e de um frango, ou um peixe, aqueles resíduos que realmente não tem como reaproveitar, nem para reciclar. Eu percebi que antes eu tinha dois a três sacos de lixo, e hoje eu saio com um saco”, afirma o fotógrafo.

De acordo com Azevedo, o processo de reciclagem pode ser considerado uma questão de hábito. “Acho que é uma questão de disciplina. Você começa a criar uma disciplina, e chega uma hora que você faz tão automaticamente, que acaba não sendo complicado de fazer”, aponta.

Azevedo também informou como a reciclagem costuma contribuir até mesmo de forma social. “Eu pego um montante do que eu costumo guardar e dou para duas pessoas, que são catadores, e é uma forma de eu ajudar. O que é mais interessante é que essas pessoas que recebem esse material que a gente acaba cedendo, não só eu, como outros moradores, isso gera uma renda para elas, e ajuda o meio ambiente”, sinalizou.

“Reciclar é tudo de bom. Eu acho que as pessoas têm que começar a criar uma cultura e uma preocupação [com a reciclagem]. Às vezes a gente fica só reclamando, que o governo não faz. O governo faz, sim, mas a gente precisa começar a dar o nosso passo. Eu preciso começar a fazer para poder começar a cobrar do poder público essa questão dessa política voltada ao meio ambiente”, completou Azevedo.

Para o vereador André Fraga (PV), presidente da Comissão de Emergência Climática e Inovação da Câmara Municipal de Salvador (CMS), antes mesmo de se pensar em reciclagem, é necessário também utilizar estratégias para reduzir o consumo. “Na verdade, a reciclagem, ela é, na prática, uma das últimas opções que a gente deveria implementar, porque primeiro a gente pensa em reduzir a geração de resíduo, repensar o hábito do consumo”, afirma o ex-secretário de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência de Salvador.

O engenheiro ambiental orienta que, antes de adquirir um produto, o consumidor deve pensar se realmente está precisando de um item novo, ou comprando por impulso. “Na hora de comprar, eu devo pensar em um produto que, por exemplo, tenha menos embalagem, ou que a embalagem seja reaproveitável, e ela sendo, pensar como eu vou aproveitar essa embalagem. Só então, na sequência, a gente deve pensar em, na hora do descarte, descartar de uma forma que seja reciclável”, explica.

Além disso, o vereador chama a atenção para a importância da valorização das chamadas cooperativas de reciclagem, que segundo ele, realizam um trabalho fundamental em prol da causa. “A gente tem ponte importante desse processo de reciclagem no Brasil que são as cooperativas que trabalham com reciclagem. Essas cooperativas passam por uma série de desafios de gestão, desafios de estruturação e de logística no seu trabalho. É necessário efetivar esse tipo de trabalho porque é um trabalho que, inclusive, ajuda a reduzir a desigualdade, proporciona não apenas benefícios ambientais, mas benefícios sociais muito fortes”, considerou.

O vereador comentou, também, a respeito de um Projeto de Lei (PL) em tramitação na Câmara dos Vereadores, e que prevê, inclusive, perdão de dívidas e isenção de taxas municipais e estaduais para cooperativas de reciclagem. “A gente tem um pacote de PLs e de indicação para, por exemplo, reduzir a carga tributária dessas organizações. Não faz sentido que cooperativas de reciclagem que proporcionam renda para populações vulnerabilizadas ainda tenham que pagar uma série de impostos, e que reduzem no final a renda dos cooperativados”, conta.

“A ideia é que a gente possa, então, aprovar esse pacote, tem uma campanha aí, uma petição pública em curso, para que os vereadores da Câmara de Salvador e a própria prefeitura possam implementar essas iniciativas”, finalizou Fraga.

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