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Polícia do Japão admite falhas na segurança em assassinato do ex-premiê Shinzo Abe

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A pasta admitiu que houve falhas inegáveis na segurança do político, morto enquanto discursava  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 09/07/2022, às 13h36   Folhapress


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A polícia de Nara, cidade do Japão onde o ex-premiê Shinzo Abe foi assassinado a tiros nesta sexta-feira (8), admitiu que houve falhas inegáveis na segurança do político, morto enquanto discursava em um ato de campanha eleitoral.

"É inegável que houve problemas com as medidas de escolta e segurança do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe; vamos analisar completamente as falhas e tomar medidas apropriadas", afirmou neste sábado (9) o chefe do departamento local, Tomoaki Onizuka.


Com histórico praticamente nulo de violência armada ao longo das últimas décadas, o Japão tem leis rígidas para acesso a armamento, e atos de campanha eleitoral não costumam ter policiamento reforçado. Abe tinha 67 anos e foi o premiê que por mais tempo permaneceu no cargo na história do país.
A polícia também informou, de acordo com relatos da mídia local, que o suspeito preso pelo assassinato disse acreditar que Abe estava ligado a um grupo religioso que ele culpa pela falência da mãe, que fazia doações massivas. Por isso, planejou um ataque com uma arma caseira, que montou após comprar peças na internet.


Tetsuya Yamagami, 41, foi detido pouco após disparar contra o ex-premiê. Ainda segundo relatos da polícia a canais como a emissora NHK, o homem havia planejado matar Abe com explosivos antes de decidir fabricar a arma. Ele teria ido a outros locais onde o político participou de atos de campanha, como a cidade de Okayama.


Vizinhas de Yamagami o descreveram à agência Reuters como uma pessoa reservada. Uma mulher de 69 anos que morava um andar abaixo do dele e o viu três dias antes do assassinato disse que tentou conversar com ele, mas foi ignorada. "Ele apenas olhava para o chão, parecia nervoso, como se algo estivesse o incomodando."


O corpo de Abe chegou à casa do político em Tóquio acompanhado de seguranças. Em Nara, a cidade onde ocorreu o crime, dezenas de pessoas estavam em uma fila para colocar flores ao lado de uma fotografia do ex-premiê.


O país retomou a campanha eleitoral neste sábado, último dia antes das eleições para a Câmara Alta do Parlamento. O atual premiê, Fumio Kishida, visitou distritos eleitorais. Na cidade de Fujiyoshida, por onde passou, um scanner de detecção de metal, incomum em eventos do tipo no Japão, foi instalado. Havia também forte policiamento.


Mais lideranças internacionais se manifestaram sobre a morte de Abe. O líder do regime chinês, Xi Jinping, disse lamentar profundamente a morte repentina do ex-premiê. Em uma mensagem direcionada a Kishida, ele afirmou, ecoando declaração dada na véspera pela chancelaria de seu país, que "uma vez, cheguei a um importante consenso com ele sobre a construção de relações sino-japonesas".


O presidente dos EUA, Joe Biden, também se pronunciou em conversa por telefone com o premiê japonês. "Ele expressou sua indignação, tristeza e profundas condolências pela morte trágica e violenta do ex-primeiro-ministro Abe", informou a Casa Branca em comunicado.

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