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Estado do Nordeste tem novas variantes do vírus da raiva em morcegos e saguis

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A pesquisa teve seus resultados publicados no Journal of Medical Virology,  |   Bnews - Divulgação Reprodução Pixabay

Publicado em 24/09/2023, às 13h43   Cadastrado por Catarina Alcantara


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Mais um estado brasileiro entrou em alerta contra o vírus da raiva. Foram encontradas novas variantes do mesmo no estado do Ceará. Essa informação foi adquirida através de uma pesquisa financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e coordenada por cientistas da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp).

Essas variantes estão intimamente relacionadas com aquelas presentes nos saguis-de-tufo-branco (Callithrix jacchus), levantando preocupações quanto à circulação do vírus, que é mortal para os seres humanos.

A pesquisa, cujos resultados foram publicados no Journal of Medical Virology, revela uma semelhança entre as variantes encontradas em morcegos e aquelas nos saguis analisados. 

Desta vez, até as espécies frugívoras estariam sendo contaminadas. Segundo o estudo,
o vírus da raiva nesse tipo de espécie de morcegos desafia a noção tradicional de que apenas morcegos que se alimentam de sangue são os únicos hospedeiros e transmissores.

Em entrevista ao site Ceará Rural,  Larissa Leão Ferrer de Sousa, pesquisadora do Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen) e doutoranda na EPM-Unifesp, afirmou que até agosto deste ano, foram confirmados sete casos de saguis positivos para raiva no Ceará. 

O estado enfrenta um histórico de agressões a humanos por saguis e mortes por raiva. Um exemplo trágico ocorreu em fevereiro, quando um agricultor de 36 anos foi atacado por um sagui no município de Cariús, cidade à 375 km de Fortaleza, capital do estado. 

O homem só procurou tratamento em abril, quando começaram a surgir os sintomas, mas infelizmente não resistiu. A infecção pelo vírus da raiva causa uma encefalite progressiva, inflamação cerebral que leva à morte em quase 100% dos casos.

Larissa Leão Ferrer de Sousa alerta que é crucial não tocar em morcegos e outros mamíferos selvagens. Quando encontrar esses animais mortos, é importante notificar o serviço de zoonoses local para que possam ser encaminhados para análise. 

Além disso, qualquer pessoa que tenha tido contato direto com esses animais deve procurar atendimento médico imediatamente para a administração do soro e da vacina antirrábicos, dependendo do caso.

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