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"Comunidade perdeu tudo": Morador explica situação de bairro afetado por ações da Braskem; assista

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Bairro sofre até mesmo com cemitérios colapsados  |   Bnews - Divulgação Marcos Valentim/BNews
Marcos Valentim e Sanny Santana

por Marcos Valentim e Sanny Santana

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Publicado em 08/01/2024, às 15h40 - Atualizado às 17h14


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Entre os vários bairros afetados por ações da Braskem em Maceió (AL), está Bebedouro, que foi abandonado por boa parte dos moradores e vive com um colapso nos cemitérios. A área foi interditada pela Braskem.

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Bebedouro é um dos bairros afetados pelo afundamento do solo causado pela extração de sal-gema pela Braskem. Com as rachaduras e o alto risco de desabamento de casas, prédios e estabelecimentos, diversas famílias precisaram deixar seus lares.

Em entrevista ao BNews, o professor e coordenador do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), José Balbino dos Santos Filho, de 60 anos, que também é morador da região, explicou que como está a situação dos moradores do bairro, que sofrem até mesmo para realizar sepultamentos. "Hoje, em Maceió, é muito complicado sepultar. Nós temos um colapso total dos cemitérios, não existe mais vagas, o Cemitério Memorial Santo Antônio fechou no dia 20 de outubro de 2020, não nos deram mais condições de sepultar e nem dão outros jazigos", contou. 

Ainda conforme o professor, moradores da cidade estão sendo sepultadas em covas rasas. "De forma desrespeitosa. Por mais que a gente cobre dos ministérios, da Defensoria, da própria municipalidade, nada acontece", desabafa.

Balbino explicou ainda a situação do bairro que, segundo ele, está "em ruínas". "[Está] em estado de sítio, de guerra. Nós não temos mais ninguém morando em Bebedouro". A exceção, conforme o professor, é a região de Flexal de Baixo, que possui cerca de 800 famílias que vivem em isolamento no local.

Desesperados, diversos moradores saíram de suas casas, que se encontram abandonadas pela região, e deixaram documentos, entre outros objetos, para trás. "Essa comunidade de Bebedouro perdeu tudo", disse o professor. Assista:

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