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Servidor é demitido de prefeitura e alega ter sido vítima de intolerância religiosa; entenda

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o servidor que trabalhava na prefeitura de Goiana há 15 anos, entrou na Justiça contra o município  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 17/03/2022, às 12h30   Redação BNews


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Sérgio Ricardo Clementino da Costa, conhecido como Serginho da Burra, foi alvo de um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) da prefeitura de Goiana, em Pernambuco, que concluiu que ele cometeu transgressão disciplinar e que essa situação justificava a demissão. Sérgio trabalhava na prefeitura de Goiana há 15 anos.

Ao ser demitido pela gestão do município, o agente de turismo concursado alegou ter sido vítima de intolerância religiosa pela gestão do município. Sérgio entrou na Justiça contra o município com um pedido de reintegração ao cargo e de indenização por danos morais.

Sérgio Ricardo contou ao G1, que os conflitos com a secretária municipal começaram depois que atitudes de Luciana Petribú não o agradaram como funcionário público e ativista pela cultura e pelo movimento de terreiros de matrizes africanas.

"Ela não aceitava as minhas críticas. E eu comecei a dizer, brincando: 'você vai ser entregue aos meus caboclos, 'Oxum te abençoe', 'Exu te acompanhe'. Enfim, ela começou a dizer que eu estava invocando entidades diabólicas dentro da secretaria. Eu não aceitei. Ora, aqui é uma Secretaria de Cultura, eu vejo pessoas louvando a Maria, eu não digo nada. Tem funcionários evangélicos, louvam a Jesus aí, com hino, e eu não digo nada. Eu não posso me manifestar como religioso que sou?", disse.

Além disso, o servidor contou, ainda, que sofreu perseguição política por parte da gestão, desde a instauração do Procedimento Administrativo Disciplinar.

"Todo um desgaste, toda uma perseguição, todo um processo de perseguição política. Quando começa o processo das oitivas, de ouvir as testemunhas, foi que eu fiquei arrasado com tamanhas coisas colocadas nesse processo, dizendo que eu ia virar o carro do povo [...] colocar o nome do povo na boca do sapo. [Se aproveitaram] da minha religião para me difamar", declarou Sérgio Ricardo.

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Por outro lado, a secretária de Turismo e Desenvolvimento Cultural de Goiana, Luciana Petribú, afirmou que a demissão de Sérgio Ricardo "diz respeito a decoro, à falta de conduta de um funcionário público dentro do seu lugar de trabalho".

"Não é intolerância religiosa. Ele cometeu atos enquanto servidor público. Ele desrespeitou a casa, desrespeitou diversos funcionários. No tocante à religião, era só ele não invocar demônios na hora em que estava entrando na secretaria, e eu dizia a ele que isso não era conduta de um servidor público", disse Luciana.

Luciana Petribú disse ainda, que o processo que culminou na demissão dele foi longo e isento. "A cultura de Goiana é diversa, a gente trata todas as pessoas por igual. Ele que fica lá dizendo que sexta-feira é dia de matar bicho, de galinha, que vai botar nome das pessoas na boca do sapo. Quem usa a religião dele é ele, ninguém lá fala da religião dele", declarou a secretária.

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