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Empresa conveniada ao Detran era de fachada e tinha apenas dois funcionários, diz delegada do Draco

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A ação policial teve como alvo quatro pessoas jurídicas, quatro pessoas físicas e duas fundações de direito privado, conveniadas ao Detran  |   Bnews - Divulgação Divulgação SSP

Publicado em 24/02/2021, às 12h26   Raul Aguilar


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Em uma coletiva virtual realizada no final da manhã desta quarta-feira, (24), o delegado diretor do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado, José Bezerra, e a delegada  Fernanda Ásfora, da coordenação de combate à corrupção e lavagem de dinheiro do Draco, explicaram como ocorreu a operação operação Mão Dupla, deflagrada na manhã desta quarta-feira, (24). 

A ação policial teve como alvo quatro pessoas jurídicas, quatro pessoas físicas e duas fundações de direito privado, conveniadas ao Detran. Foram realizadas mandados de busca em diversos endereços na capital, resultando na apreensão, segundo informou Ásfora, de “quantias em dinheiro, cheques, totalizando R$ 80 mil, equipamentos eletrônicos e documentos diversos, relacionados à contratação”. 

“A Investigação se deu em torno de um contrato do Detran, da Escola Pública do Detran e uma fundação de direito privada com sede na capital. Foi um contrato de 2016 que, em virtude diversas prorrogações, que se deram inclusive de forma irregular, foi executado até o ano de 2019, sendo suspenso após a identificação de possíveis fraudes no processo licitatório, na contratação e execução do contrato, que tinha o valor mensal de 605 mil reais, e que, ao final, custou R$19 milhões”, destacou a delegada responsável pela coordenação de combate à corrupção e lavagem de dinheiro do Draco.

A delegada destaca que um denúncia deflagrou o processo de investigação, e que, após análise do processo licitatório, foram identificado que a empresa vencedora seria de fachada.

"No início da investigação, com o possível indicativo de fraude, a partir de uma denúncia, fizemos uma análise acurada do processo licitatório. A partir da análise do processo licitatório e dos atos executórios, descobrimos que a contratação da fundação teria sido de fachada, apesar de ter sido contratada para prestar o serviço de forma direta, ela [a fundação] não tinha servidores no seu quadro. Tinha somente uma atendente e um porteiro,não tinha condições de executar o contrato, esse foi o grande ponto-chave, o indicativo da contratação fraudulenta”, ressaltou Ásfora. 

A delegada informou que após análise da documentação apreendida, outras fases da operação poderão ser deflagradas. Ela não descarta o envolvimento de agentes públicos e políticos no ato. Não ocorreram prisões na operação de hoje, foram compridos apenas mandados de busca e apreensão. 

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