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Caso Henry: Testemunhas relatam que Jairinho torturava crianças

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Segundo elas, vereador arranjava motivos para sair sozinho com crianças  |   Bnews - Divulgação Reprodução/RecordTV

Publicado em 02/04/2021, às 17h09   Redação BNews


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A morte do menino Henry Borel, de apenas 4 anos, ganha novos contornos. A revista Veja teve acesso a informações que traçam um perfil violento do padrasto do menino, o vereador Dr. Jairinho (SD-RJ). Uma amiga íntima de uma ex-namorada do edil disse que quando o filho da ex saía com ele, voltava roxo ou com a perna quebrada. 

A polícia já ouviu depoimentos de 16 pessoas. Entre os relatos, há agressões do vereador contra a filha de uma ex-namorada. Ela disse que Jairinho arranjava motivos para sair sozinho com o filho da amiga e que em uma das saídas, a criança voltou desfigurada e com os olhos roxos, como se tivesse passado por uma "sessão de tortura".  Nessa ocasião, o vereador teria alegado que a criança havia caído de cabeça. 

Em outra, apareceu com a perna fraturada na altura do fêmur. A justificativa era que ele teria se prendido no cinto de segurança e tropeçado ao sair do carro. “Nas duas vezes, Jairinho o levou a uma clínica de conhecidos dele. Minha amiga estava deslumbrada e tinha medo por ele ser poderoso”, contou a mulher.

Além disso, uma ex-mulher do vereador, com quem tem dois filhos, disse que também já apanhou do vereador. Ana Carolina Ferreira Netto registrou duas queixas na polícia: em 2014, afirmou que, depois de uma discussão, ele teve um "ataque de fúria", desferindo socos e pontapés, a ponto de ser hospitalizada; a outra, de 2020, cita apenas "lesões corporais".

A Veja conversou com outra ex-namorada, que confirmou ataques à filha já relatados na delegacia (onde a menina, hoje com 13 anos, estava presente) e acrescentou novos detalhes do relacionamento. Segundo ela, o político arranjava pretextos para sair sozinho com a menina, então com 4 anos. Aos poucos, a garota foi soltando que ele “torcia seus braços e pernas e lhe dava cascudos. Ela também diz que recebeu um telefonema em tom de ameaça do vereador, com quem não falava há oito anos. Uma outra ex-namorada de Jairinho afirmou que ele dava remédio para ela dormir. 

O engenheiro Leniel Borel, de 37 anos, pai do menino, disse para a revista que não tem dúvidas de que o namorado da mãe da criança é culpado pela morte de Henry.

"Não tenho dúvidas de que Dr. Jairinho é culpado. Naquela noite no hospital, ele ficava junto aos médicos que tentaram salvar o Henry o tempo todo. Ele é muito frio. Assim que foi decretado o óbito do meu filho, Dr. Jairinho chegou perto de mim e, na frente de uma pessoa da igreja que frequento e de uma amiga minha, disse: 'Vamos virar essa página, vida que segue. Faz outro filho'". relatou.

 Henry Borel Medeiros morreu no dia 8 de março ao dar entrada em um hospital da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. De acordo com o laudo de exame de necrópsia, a causa da morte do menino foi hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente.

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