Polícia

Investigação indica que Adriano da Nóbrega reuniu milicianos após assassinato de Marielle Franco

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Ao menos três testemunhas citaram que Adriano, antes de ser apontado como suspeito do crime,  se reuniu com milicianos e matadores em uma padaria de Rio das Pedras, para tratar do assunto  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 12/08/2021, às 08h11   Redação BNews


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Diferentes investigações indicam que o ex-capitão do Bope  Adriano da Nóbrega, morto em uma operação policial em 2020, realizada na Bahia, convocou uma reunião com milicianos para tratar do assassinato da vereadora Marielle Franco e de sue motorista Anderson Gomes no dia após as execuções. 

De acordo com informações do portal UOL, ao menos três testemunhas citaram que Adriano, antes de ser apontado como suspeito do crime,  se reuniu com milicianos e matadores em uma padaria de Rio das Pedras, onde chefiava uma milícia. 

De acordo com duas pessoas ouvidas pelos investigadores, o então líder do Escritório do Crime, grupo de matadores de aluguel, queria saber se algum de seus aliados estava envolvido no crime.
Adriano chegou a ser investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e pela Polícia Civil por possível envolvimento na morte de Marielle, mas essa hipótese acabou sendo descartada.

A reunião surgiu em depoimento recente do miliciano Jorge Alberto Moreth, o Beto Bomba, à Polícia Civil. Para tentar descobrir a ligação de Ronnie Lessa, réu por assassinar Marielle, com o ex-vereador Cristiano Girão, o MP-RJ retomou as investigações sobre um duplo homicídio em 2014.

Preso em 2019 por suspeita de chefiar a milícia no Rio das Pedras, Beto Bomba prestou um novo depoimento em maio deste ano. Também segundo a publicação,  o miliciano já havia surgido em outra etapa do caso. 

Em conversa telefônica, com o vereador Marcello Sicilliano (PHS), Beto Bomba afirmou que o ex-deputado estadual Domingos Brazão foi o mandante dos assassinatos. Brazão, contudo, nega a acusação.
No novo depoimento ao qual o UOL teve acesso, Bomba diz que, embora a conversa não tenha sido forjada, as informações não são verdadeiras, e que ele apenas "juntou fatos ouvidos na imprensa".

O depoimento do miliciano coincide com informação que consta em proposta de delação premiada da viúva de Adriano, Júlia Emílio Lotufo. Ela diz que Adriano negou um pedido do miliciano Maurição para matar a vereadora. 

O ex-bombeiro foi condenado por atuar no Gardênia Azul, comunidade da zona oeste então chefiada por Girão, preso no final do mês passado pelo crime de 2014.

Em conversa encontrada no celular de Ronnie Lessa, o acusado de matar Marielle também cita um encontro de milicianos relacionado à morte da ex-vereadora. A conversa foi gravada por Lessa em fevereiro de 2019 em um bar no Quebra-Mar, na Barra da Tijuca. Cerca de um mês depois, ele foi preso por suspeita de envolvimento na morte de Marielle.

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