Polícia

Redutos de paz: Pelo menos 51 cidades baianas não registraram homicídios em 2020; veja lista

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Os dados constam no Anuário de Segurança da Bahia divulgado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA)  |   Bnews - Divulgação Diego Vieira/BNews

Publicado em 24/09/2021, às 12h33   Diego Vieira


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Imagine morar em uma cidade onde ninguém morreu de "morte matada" em 2020? Pensando rapidamente parece ser impossível imaginar na existência de um lugar com essa característica, principalmente em meio às constantes notícias de violência que nos cercam a todo o momento. Mas, esses municípios existem e estão dentro do território baiano. Não, você não está enganado. A palavra que você acabou de ler está mesmo no plural: municípios ou podemos chamar até de redutos de paz. 

Pelo menos 51 cidades baianas não registraram em 2020 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) que englobam homicídios dolosos, feminicídios, lesões corporais seguidas de morte e latrocínios. Os dados constam no Anuário de Segurança da Bahia divulgado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) e feito em parceria com a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).

O documento apresenta as principais estatísticas criminais do estado, compiladas em dados de crimes diversos derivados dos registros policiais. Além dos crimes citados acima, o anuário mostra ainda números referentes a suicídios, pessoas desaparecidas, apreensão de armas de fogo, de porte e uso de entorpecentes. Além de crimes contra o patrimônio, como roubos e furtos de veículos e roubo em ônibus, urbanos e interurbanos.

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De acordo com o anuário, as cidades que compõem o Território de Identidade Bacia do Paramirim registraram a menor taxa de CVLI em 2020, correspondendo a 6,67, por grupo de 100 mil habitantes. Ainda segundo o documento, o número de cidades baianas que não registraram mortes violentas em 2020 é maior do que em 2019 quando 27 municípios não contabilizaram crimes do tipo.

Confira abaixo a relação das cidades que não registraram mortes violentas em 2020 na Bahia:

Abaíra, Anagé, Banzaê, Boninal, Botuporã, Brejões, Brejolândia, Caetanos, Canápolis, Cardeal da Silva, Contendas do Sincorá, Cordeiros, Cravolândia, Dom Basílio, Dom Macedo Costa, Elísio Medrado, Feira da Mata, Gavião, Gentio do Ouro, Guajeru, Ibiassucê, Ibipitanga, Ibiquera, Ibitiara, Ichu, Ipupiara, Irajuba, Jaborandi, Jacaraci, Jussiape, Lagoa Real, Lajedinho, Lajedo do Tabocal, Macururé, Malhada de Pedras, Mansidão, Matina, Mirangaba, Mirante, Morpará, Nova Canaã, Nova Redenção, Novo Horizonte, Ouriçangas, Planaltino, Presidente Jânio Quadros, Rio de Contas, Rio do Pires, Rodelas, Tabocas do Brejo Velho e Tremedal.

Outras 39 cidades registraram uma morte violenta no ano passado e, por isso, não aparecem na relação acima, são elas: Angical, Apuarema, Barra do Mendes, Barro Alto, Barrocas, Bom Jesus da Serra, Brotas de Macaúbas, Caatiba, Caraíbas, Catolândia, Coronel João Sá, Érico Cardoso, Firmino Alves, Gongogi, Ibipeba, Itaetê, Itaguaçu da Bahia, Itiruçu, Ituaçu, Jiquiriça, Jucuruçu, Lafayette Coutinho, Maetinga, Mortugaba, Palmas de Monte Alto, Paramirim, Paripiranga, Pedrão, Piatã, Ribeirão do Largo, Salinas da Margarida, São Felipe, Sebastião Laranjeiras, Sítio do Mato, Tanhaçu, Tanque Novo, Ubaíra, Varzedo e Vereda.

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De modo geral, em 2020, os homicídios dolosos representavam 96,4%. Por sua vez, os latrocínios e as lesões corporais seguidas de morte respondiam por, respectivamente, 2,0% e 1,6% dos casos de CVLI no estado. Observa-se, ainda, que a partir de 2017 houve sucessivas reduções relacionadas ao CVLI, mesmo com o incremento de 5,8% no último ano.

Em relação aos crimes contra o patrimônio, o anuário revela uma queda significativa no número de veículos subtraídos no estado da Bahia, em comparação com os dois últimos exercícios. Para veículos roubados a redução foi de 10,4%, e de 21,7% para veículos furtados.

Metodologia

De acordo com a SSP-BA, para apresentação e estratificação desses dados, foram consideradas as delimitações geográficas de municípios, Regiões Integradas de Segurança Pública (RISP) e as Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP). Conforme o órgão, optou-se por utilizar, também, os limites geográficos de Territórios de Identidade (TI), a fim de que esses dados sejam comparados a outras variáveis e indicadores no âmbito da administração pública estadual.

A Secretaria ressalta ainda que as  informações que compõem o anuário obedecem a "uma rigorosa metodologia estatística, produzida por meio de softwares de análise estatística e de geoprocessamento". 

As fontes dos dados são oriundas de múltiplas plataformas, como Sistema de Gerenciamento Estatístico (SGE/SSP/PCBA), Sistema de Informação e Gestão Integrada Policial (SIGIP), sistema de boletins informativos da Superintendência de Telecomunicações da Secretaria da Segurança Pública (Stelecom), bem como relatórios do Serviço de Investigação de Local de Crime do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (SILC/ DHPP) e do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco).

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