Polícia

Bahia registra queda no número de feminicídios em 2021 e passa a contar com delegacia móvel da mulher

Diego Vieira
Começou nesta terça-feira (14) o 1º Encontro Estadual das Delegacias e Núcleos Especiais de Atendimento às Mulheres na sede da SSP   |   Bnews - Divulgação Diego Vieira

Publicado em 14/09/2021, às 16h59   Diego Vieira


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A Bahia registrou queda de 17,6% no número de feminicídios entre janeiro ao dia 13 de setembro, comparando com o mesmo período do ano passado. Em 2020, neste mesmo período, foram 74 crimes contra mulheres notificados em todo o estado contra 61 registrados neste ano. 

Apesar da queda, a delegada-geral da Polícia Civil Heloísa Campos Brito explica que o número ainda é considerado alto. Por isso, começou nesta terça-feira (14) o 1º Encontro Estadual das Delegacias e Núcleos Especiais de Atendimento às Mulheres na sede da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), em Salvador. O evento tem como objetivo discutir ações relacionadas ao combate da violência contra a mulher no território baiano. 

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"Apesar de ter diminuído do ano passado para esse ano, para a gente ainda são números altos. Não são dados que nos deixam contentes. A gente entende que a delegacia de polícia que acolhe e faz esse primeiro registro, consiga também conscientizar essa mulher sobre quais são os direitos e possibilidades que elas têm. Porque muitas vezes quando elas nos procuram, já chegam num estágio muito avançado [...] Então, a nossa ideia é que a gente também através do trabalho desenvolvido nas delegacias possamos conscientizar essas mulheres", explica. 

Segundo a delegada, o isolamento social imposto pela pandemia da covid-19 contribuiu para o aumento do registro de casos de violência contra a mulher. Só entre os meses de janeiro a agosto deste ano, a polícia solicitou à Justiça 708 pedidos de medidas protetivas contra agressores. 

"No ano passado a gente observou um aumento considerável na quantidade de casos de violência contra mulheres. Porém, isso não ocorreu apenas aqui na Bahia. Infelizmente isso aconteceu em todo o Brasil. Em uma análise simplória feita, até porque não feito um estudo científico sobre isso, foi constatado justamente a questão da proximidade como fator colaborador. O fato de agressor e vítima estarem mais juntos em casa. Outro item que afeta bastante é a falta de emprego", afirma. 

Com o objetivo de reduzir a subnotificação destes crimes, principalmente no interior do estado, foi criada a primeira Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) Itinerante. Um ônibus com equipe especializada no atendimento desses casos. O veículo visitará quatro cidades baianas até o começo de outubro: Ipiaú, Jaguaquara, Itatim e Itapetinga.  

"O ônibus tem toda uma estrutura de uma delegacia que possibilite registro e até autuação de uma prisão em flagrante, se necessário. Além disso, nossas equipes levam para essas cidades informações sobre quais são os direitos das mulheres", explica a delegada. 

Ao todo, na Bahia existem apenas 15 unidades da Deam, duas delas em Salvador, além de quatro Núcleos de Atendimento à Mulher.

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