Polícia

Sartre afasta alunos que fizeram manifestações racistas na internet; confira

Divulgação
Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 10/11/2021, às 12h16   Yasmim Barreto


FacebookTwitterWhatsApp

O Sartre Escola SEB se pronunciou, nesta quarta-feira (10), sobre as manifestações racistas escritas por alunos da instituição em um aplicativo de mensagens. Ao BNews, a escola afirmou que os estudantes foram afastados após o ocorrido e reiteraram o compromisso do colégio com “uma educação humanística, inclusiva, pautada na diversidade”. 

A medida foi tomada enquanto uma comissão investiga o envolvimento dos estudantes no caso de racismo. “Uma comissão para apuração foi instaurada e os alunos envolvidos foram afastados enquanto ocorrem as apurações. O Comitê de Ética está avaliando a situação a fim de encaminhar as devidas providências”, informou.  

Confira as mensagens dos estudantes: 

Além disso, a instituição de ensino particular ressaltou que as mensagens ocorreram for do ambiente escolar, “sem qualquer vínculo pedagógico”. Todavia, ressaltaram que: “a escola não poderia se furtar de cumprir sua função educativa, verificando a participação de seus alunos no fato”. 

Estudantes repudiam o Sartre

Vale ressaltar que estudantes acusam o Sartre de omissão diante do caso de racismo. Segundo um deles, a direção da escola chegou a ser comunicada sobre o caso, mas teria agido de forma negligente diante da situação. Ao passar em uma sala de aula, uma coordenadora da unidade teria pedido para que o assunto não se transformasse em “opressão”, a fim, entretanto, de poupar os autores das mensagens de possíveis “constrangimentos”, conforme aponta o aluno, que preferiu não se identificar.

Em repúdio à suposta ao não posicionamento do Sartre diante dos diálogos racistas, o Corpo de Alunos enviou à coordenação da sede da rede, no bairro do Itaigara, um documento onde é destacada a Lei 7.716, de janeiro de 1989, que define como crime atos de preconceito contra raça e cor no Brasil. 

Leia mais:
PM diz odiar negros, admite ser racista, chama mulher de macaca e ameaça bater nela

Cidadania pede que injúria racial se torne espécie do crime de racismo

“Não toleramos nenhuma forma de discriminação étnica, seja ela realizada no ambiente presencial ou virtual, em nossa vivência e queremos evidenciar que diversos alunos negros e pardos sentiram-se psicologicamente lesados pelos atos”, diz o documento. E segue: “embora não se tratem de fragmentos que citem ou utilizem o nome da instituição, as mensagens foram disseminadas por alunos comprometidos com os padrões éticos e normas de convivência estabelecidos pelo instituto em questão; sendo assim, põe-se em risco a própria imagem e reputação da rede Sartre”, conclui o documento.

A reinvindicação do grupo é que medidas “punitivas” sejam adotadas por parte da escola. Sobre o caso, os responsáveis pela assinatura do documento também cogitam a possibilidade de irem “às instâncias legais responsáveis pela jurisdição de crimes virtuais e danos à moral pública”.  

MP-BA apura manifestações racistas  

O Ministério Público estadual abriu, nesta quarta-feira (10), procedimento de notícia de fato para apurar as manifestações racistas registradas em aplicativo de mensagens que vieram a público ontem, supostamente realizadas por estudantes de uma escola particular de Salvador.

Em nota, o MP afirmou que solicitará informações à unidade escolar sobre os fatos e a respeito das medidas que foram e serão tomadas pela instituição. "O MP esclarece que, caso a indicação da autoria seja atribuída a adolescentes, os fatos devem ser registrados na Delegacia do Adolescente Infrator (DAI) para que seja iniciada a apuração da responsabilidade de ato infracional, com o devido acompanhamento do MP".

O caso 

“Pretos morram”, “Pode macaco no ‘gp’?” e “Baniram piada de negros, porém não sabem que os negros já são a piada”, são algumas frases escritas por pelo menos sete estudantes do 1º ano da Escola SEB Sartre, no bairro do Itaigara, em Salvador.

Leia também:
Criminosos invadem, roubam e estupram moradoras de condomínio de luxo em Busca Vida

"Homem que paga me trata melhor do que os de graça", diz acompanhante de luxo; assista

Classificação Indicativa: 10 anos

FacebookTwitterWhatsApp