Publicado em 22/10/2023, às 16h26 - Atualizado às 18h17 Cadastrado por Sanny Santana
Ao menos 20 militares devem ser responsabilizados na esfera administrativa pelo furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra do Exército, em Barueri, na Grande São Paulo, e o Comando Militar do Sudeste deve solicitar a prisão dos suspeitos à Justiça Militar nos próximos dias.
Segundo o chefe do Estado-Maior do Sudeste, o general do Exército Maurício Vieira Gama, o furto "foi uma ação de dentro para fora", ou seja, partiu de dentro do quartel. Além disso, ele afirmou que que, "brevemente, militares serão submetidos à prisão cautelar com autorização da Justiça".
O general considera o furto das armas o maior da história do Exército, "pela quantidade e pelo calibre dos armamentos".
Segundo o general, há oficiais, sargentos, cabos e soldados na relação de suspeitos de terem agido de alguma forma que facilitasse o furto das armas.
"Nós tínhamos em torno de 20 militares, mas à medida que isso está sendo revisto e apurado, outros militares podem entrar nessa relação de apuração na esfera disciplinar", disse o general. A penalidade para a transgressão nessa esfera pode ser de até 30 dias de prisão disciplinar.
Até o momento, 17 das 21 metralhadoras foram recuperadas pelas polícias de São Paulo e do Rio. Todas as metralhadoras calibre 7,62 foram encontradas, mas ainda restam quatro calibre .50, que tem potencial para derrubar aeronaves.
Até sábado (21), 160 militares estavam aquartelados no Arsenal de Guerra em Barueri para colaborarem com as investigações. Parte da tropa foi liberada e, agora, 45 militares permanecem sem poder sair do quartel.
"Esses militares não necessariamente cometeram crimes. Eles negligenciaram na esfera administrativa. Então, contribuíram para o crime, mas não necessariamente cometeram crimes. A apuração para cometimento de crime está sendo apurada pelo inquérito policial militar. Uma coisa é transgressão disciplinar, menos grave. Outra coisa é crime", explicou o general.
O furto teria acontecido entre os dias 5 e 8 de setembro, mas só foi descoberto no dia 10 de outubro, durante uma inspeção no quartel.
Nove metralhadoras foram encontradas na noite de sexta-feira (20), enterradas em um lamaçal, numa área de mata isolada.
As 21 armas furtadas do Exército em São Paulo seriam vendidas para o Primeiro Comando da Capital (PCC) e para o Comando Vermelho (CV).