Polícia

Caso Hyara Flor: Após meses, MP-BA ainda não deu parecer sobre ausência de DNA do suspeito do crime

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Família e defesa de Hyara Flor aguardam por respostas após laudo 'bater de frente' com inquérito da polícia  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Redes Sociais
Sanny Santana

por Sanny Santana

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Publicado em 20/02/2024, às 16h18


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O caso da jovem de 14 anos, Hyara Flor, assassinada 45 dias após seu casamento, ainda não chegou ao fim. Desdobramentos do crime, ocorrido no dia 6 de julho de 2023, ainda não têm parecer por parte do Ministério Público da Bahia (MP-BA) mesmo após um laudo contestar a versão da polícia, o que vem causando revolta à família da cigana.

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O novo capítulo da história começa com o inquérito da Polícia Civil que concluiu, em agosto do ano passado, que o verdadeiro autor do disparo que matou Hyara era o cunhado dela, de apenas nove anos. Apesar de inicialmente as suspeitas recaírem sob o marido da cigana, um adolescente de 14 anos, o inquérito concluiu que a criança teria atirado contra a jovem durante uma brincadeira entre os dois. 

Inconformados com o resultado do inquérito, a defesa da família de Hyara pediu uma perícia particular, que foi realizada e concluiu que a criança não poderia ter sido autora do disparo. O resultado chegou a ser comentado durante entrevista ao podcast Jusnews, da BNews TV. 

"Tivemos um parecer técnico de um forense de São Paulo, que esteve no local do crime, acessou o inquérito policial e concluiu que uma arma daquele calibre [380] não pode ter sido disparada por uma criança de 9 anos. Ele sequer teria força para efetuar aquele disparo com uma mira tão certa da forma como ocorreu", contou a advogada Janaína Panhossi, na ocasião.  

Diante do resultado da perícia, o parecer técnico, então, foi apresentado ao MP-BA, que acatou e requereu novas diligências nas investigações, dentre elas, uma perícia na arma do crime, que, conforme informações passadas ao BNews, não havia sido solicitada pelo delegado responsável pelo caso.

A Polícia Técnica da Bahia teria, então, concluído que as digitais encontradas na arma do crime não são do menino, mas que se tratava, de fato, de alguém do sexo masculino e com parentesco com a criança de nove anos.

Apesar do laudo ir de encontro ao inquérito policial, a família de Hyara alega que o caso segue parado, já que não há qualquer parecer do MP-BA há meses.

Ao BNews, o pai de Hyara, Hiago Alves, expôs sua indignação. "Minha vida não tem sentido. Ainda mais com uma Justiça dessa (...) Minha filha está debaixo da terra e eu estou aqui sofrendo, ainda não tenho apoio da Justiça... Aí fica difícil pra mim".

Em vídeo publicado nas redes sociais, Hiago chegou a questionar se há preconceito, por parte da Justiça, contra ciganos. "Na Bahia não tem justiça pra mim, estou sem retorno de nada. Oito meses para sair um laudo (...) é porque a gente é cigano? Que preconceito é esse? Por que isso? O que tem por traz?"

Ao BNews, a Polícia Civil declarou que aguarda os laudos periciais do Departamento de Polícia Técnica (DPT) para conclusão da diligência.

O BNews entrou em contato também com o Ministério Público da Bahia (MP-BA) para um posicionamento sobre o caso, mas até a publicação da matéria, não obtivemos retorno.

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