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Designer de interiores que foi agredida por namorado recebe alta: "continuo recebendo ameaças"

Reprodução/Record TV Itapoan
A designer já suspeitava que seria agredida  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Record TV Itapoan

Publicado em 05/01/2023, às 18h53 - Atualizado às 19h07   Redação BNews


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A designer de interiores Bruna Alexandra Colzani, de 35 anos, que precisou ser internada no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, após ser espancada pelo namorado, recebeu alta na tarde desta quinta-feira (5).

Em entrevista ao Cidade Alerta, da Record TV Itapoan, a vítima contou como tudo aconteceu. "Foi ciúme. Veio um amigo nosso de Pernambuco, fomos ao bar ver esse amigo, conversamos normal e ele começou a me ameaçar, pedi pra ir no banheiro, mas escondi no quarto da menina [funcionária] do bar", disse.

Bruna já suspeitava que seria agredida. "Ele sempre me ameaçava. Ele não tem arma, mas o pai dele é policial. Ele ameaçava fazer alguma coisa comigo ou com minha mãe por isso desistia de denunciar".
Bastante emocionada, a vítima contou que esta não teria sido a primeira agressão. "Ele me jogou no chão mesmo sabendo que tinha hernia e tive que fazer uma cirurgia urgente porque se não ia ficar na cadeira de rodas".

Na entrevista Bruna disse que está recebendo ameaças. "Estou aguardando a medida protetiva e continuo recebendo ameaças, tá vindo ameaça de todos os lados, por redes sociais. Antes ele já estava com raiva e fez isso comigo, imagine agora".

Em entrevista ao g1 na última segunda-feira (2), Rosana Soares, mãe da designer contou que só soube do estado da filha três dias depois das agressões, que ocorreram no dia 28 de dezembro. Sem conseguir contato com a designer, ela conseguiu falar com o pai do suposto agressor, que contou que sua filha estava internada em um hospital.

A mãe de Bruna contou que o homem teria visitado sua filha todos os dias e, mesmo assim, não entrou em contato com a família da mulher. Já o pai do suspeito relatou que quando soube do ocorrido, o filho estava na delegacia com Bruna e quem a socorreu foi um amigo do suspeito.
A mãe da vítima ainda falou que tanto o suspeito como o pai não teriam deixado sua filha pedir ajuda a família e pediu justiça.

"Tiraram o celular dela, ela tentou pedir ajuda para mim, para os amigos dela, mas não deixaram. A gente quer justiça, só isso. As pessoas precisam saber que a violência tem que ser combatida", relatou.

Segundo informações da Polícia Civil, o suspeito, um homem de 25 anos, foi autuado em flagrante por lesão corporal, na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), em Brotas, após ter sido conduzido à unidade por policiais militares. Uma medida protetiva de urgência foi solicitada, e ainda aguarda análise por parte do Judiciário, que negou um pedido de prisão preventiva liberou o suspeito em audiência de custódia.

A mãe de Bruna ainda relatou que o boletim de ocorrência registrado pela vítima, na companhia do pai do agressor, teria sido feito de forma online, o que foi negado pela Polícia Civil. Em nota enviada ao BNews, a PC disse que “a vítima de uma agressão no último dia 28 não registrou um boletim de ocorrência online. Ela foi acolhida e atendida na delegacia, presencialmente, tendo seu boletim de ocorrência registrado por policiais da Deam"

"Apenas a formalização do depoimento foi realizada de maneira virtual, em vídeo de alta resolução, por uma delegada especializada, que expediu as guias de lesões corporais para os exames no Departamento de Polícia Técnica – o que também ocorre de maneira presencial”, diz um outo trecho da nota.

A Polícia Civil afirmou que a vítima foi ouvida por uma delegada da Deam de Brotas e foi expedida uma guia de local de crime, para que seja realizada uma perícia do DPT no local onde ocorreram as agressões. “A Polícia Civil irá apurar a conduta dos servidores que realizaram o atendimento e investiga também a possível prática do crime de fraude processual por parte do homem que levou a vítima à delegacia”, afirmou.

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