Polícia

A 'gangue do casarão': saiba como age o bando que toca o terror no Centro Histórico

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A 'gangue do casarão' é formado por ao menos cinco jovens, todos conhecidos da região  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Google Street View
Nilson Marinho

por Nilson Marinho

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Publicado em 10/07/2023, às 15h58


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A “gangue do casarão” que tem estragado a experiência dos turistas e moradores que visitam o Centro Histórico de Salvador é formada por ao menos cinco jovens. Há relatos de que um deles é um adolescente que já se envolveu em um outro crime cometido em plena à luz do dia e em outro ponto tão conhecido como o Pelourinho e o Santo Antônio Além do Carmo, palco de diversos furtos e roubos nas últimas semanas.

Os jovens são conhecidos de comerciantes e moradores da região. Transitam na maior tranquilidade durante o dia e também à noite. O BNews apurou que eles costumam ficar em um ponto fixo escolhendo suas vítimas e que escondem suas armas, sobretudo facas, embaixo de veículos. O "ponto de observação" é um bar a metros do módulo da Polícia Militar, localizado em frente à Casa do Benin ou ao lado do “Bar do Neuzão”. Também podem ser vistos na Rua das Flores ou em uma viela na Avenida J. J. Seabra (Baixa dos Sapateiros), ao lado de uma agência bancária desativada.

Em frente ao módulo policial, no limite entre o Pelourinho e o Carmo, em grupo, os criminosos analisam quem sobe ou quem desce a Ladeira do Carmo, mas o alvo principal é quem decide ter acesso à Igreja do Santíssimo Sacramento da Rua do Passo por uma via onde há um bar que reúne, em sua maioria, o público LGBTQIAPN+.

O bando usa de refúgio um casarão vermelho desbotado que tem acesso à Praça da Mãozinha, no Comércio. Os suspeitos têm preferência por celulares da marca Iphone e exigem, sob forte ameaça, que as vítimas desbloqueiem os aparelhos. Há cerca de um mês, um rapaz entregou o celular desbloqueado e teve seu cartão de crédito digital usado para realizar uma compra de cerca de R$ 1 mil. A vítima estava em grupo e todos foram assaltados com facas e facões. No mesmo dia e minutos antes, outros amigos foram vítimas da mesma gangue e na mesma rua.

Tudo acontece a poucos metros do módulo, sob os olhares inertes dos agentes. Uma semana antes do jornalista, esse que escreve, ser assaltado na companhia de turistas de São Paulo, os mesmos rapazes abordaram uma turista, de nacionalidade desconhecida, em frente ao casarão. A vítima foi ferida na cabeça com uma faca.

Em um outro ataque recente, uma alemã foi salva porque um cachorro, ao perceber a ação criminosa do bando, avançou em direção ao grupo, que se dispersou. Moradores inclusive têm agido para evitar que mais turistas virem “presas”. “Já puxei alguns para dentro de onde moro para evitar que fossem roubados”, contou um morador em anonimato.

Uma das vítimas dos criminosos recebeu ameaças graves. Depois de ter o celular roubado, os suspeitos entraram em contato e enviaram para ela fotos de armas e informações de familiares, como, por exemplo, endereços de pessoas próximas e que vivem em outro estado. Queriam intimidá-la para conseguir a senha de acesso ao aparelho telefônico.

Até a tarde desta segunda-feira (10), momento em que publico esta matéria, os meus pertences e os pertences das minhas quatro amigas de São Paulo não haviam sido localizados pela polícia. Não nos importamos. Elas só querem voltar para casa e esquecer a péssima experiência que tiveram em Salvador; eu, que fico, peço apenas segurança, efetiva, para que nenhum outro morador possa decepcionar seus convidados que sonham em conhecer a capital baiana.

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