Polícia

Marcada exumação do corpo de jovem que pode ter sido envenenada pela madrasta

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Madrasta é suspeita de envenenar os enteados: uma jovem de 22 anos que morreu em março e o irmão de 16 anos que sobreviveu aos efeitos do chumbinho  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 24/05/2022, às 11h50   Redação BNews


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A Polícia Civil do Rio de Janeiro decidiu exumar o corpo de Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos, na próxima quinta-feira (26), segundo informação divulgada nesta terça-feira (24) pelo delegado Flávio Rodrigues. Não foi preciso aguardar autorização da justiça, bastando uma decisão administrativa.

De acordo com o G1, a corporação suspeita que a jovem e o irmão Bruno, de 16 anos, foram envenenados pela madrasta, Cintia Mariano Dias Cabral, que está presa em Benfica. A exumação foi solicitada ao Instituto Médico Legal (IML) pela 33ª Delegacia de Polícia de Realengo. A pedido da família o local do procedimento não foi divulgado.

“Em casos de envenenamento em que não se tenha sangue ou vísceras para analisar, é possível fazer o recolhimento de ossos, cabelos e unhas, que são partes do corpo com muitas células de crescimento onde os venenos se depositam. Isso é facilmente identificável”, disse o perito e professor de medicina-legal da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Nelson Massini.

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 “Mesmo que a morte não tenha sido produzida por chumbinho, qualquer outra substância tóxica vai ser detectada nesses tipos de células. Eles vão colher amostras, colocar em um aparelho chamado Pewq, que faz a pesquisa por cromatografia e espectrometria de massa, e vai indicar todas as substâncias contidas nela. Se houver algo estranho, ele determina se a morte foi por veneno, pesticida ou medicamento”, explicou Massini.

A madrasta, Cíntia é a principal suspeita de envenenar os enteados com chumbinho no feijão, num intervalo de dois meses entre os crimes. Fernanda morreu no dia 28 de março, por falência múltipla dos órgãos, depois de ficar internada por quase duas semanas em um hospital da rede pública do Rio sem responder ao tratamento. Sem indício de crime, o corpo dela não foi submetido a necropsia. Já Bruno apresentou sintomas semelhantes aos da irmã logo após almoçar na casa onde o pai vive com a madrasta. Ele também chegou a ser hospitalizado, mas ao contrário de Fernanda, sobreviveu.

O advogado de defesa da suspeita,  Carlos Augusto Santos, disse que sua cliente se “declara inocente” e que “em nenhum momento informou ou confirmou o fato”. Para o advogado, a prisão de Cíntia é “totalmente prematura e precipitada” já que, segundo ele, a perícia feita no feijão apreendido na casa da madrasta “deu negativa para substância tóxica”. A defesa também nega que tenha sido encontrado chumbinho na residência.

A empresária Jane Carvalho Cabral, mãe dos dois jovens, prestou queixa na 33ª DP após ouvir o relato do filho indicando que a madrasta havia acrescentado alguma substância tóxica à refeição que lhe foi servida. "Uma mulher dessas não pode ser chamada de ser humano. Isso é um monstro". Segundo a polícia, a motivação do crime seria ciúmes.

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