Política

Justiça bloqueia bens de Paupério

Publicado em 30/09/2015, às 21h08   Juliana Nobre (Twitter: @julianafrnobre)


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Além de perder o cargo de secretário de Gestão do município de Salvador, Alexandre Paupério terá seus bens bloqueados pela Justiça. O pedido foi feito pelo Ministério Público da Bahia, no início do mês e a liminar foi concedida nesta quarta-feira (30), junto com o pedido de demissão ao prefeito ACM Neto (DEM). Na ação civil pública movida pelo MP, o juiz Benedito dos Anjos, considerou que, além de Paupério, houve participação de todos os réus em atos de improbidade administrativa.

João Carlos Bacelar Batista, Carlos Ribeiro Soares e Luiz Carlos Marques de Andrade Filho e outras dez pessoas, bem como a Fundação Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia, serão impedidos pela Justiça. De acordo com o juiz, o bloqueio “tem o intuito de impedir que valores obtidos ilicitamente não possam mais ser recuperados com a dilapidação do patrimônio dos acionados no curso do processo”, para “assegurar o integral ressarcimento do dano”.

Com isso, serão indisponibilidades todos os bens registrados em nome dos réus, no prazo de 10 dias. Ainda serão expedidos ofícios à Receita Federal para resguardar o sigilo fiscal, fornecer cópias da última declaração de bens e rendimentos dos acionados e ao Detran-BA para também fazer constar os veículos de propriedade dos acionados.

A queda

O secretário municipal de Gestão, Alexandre Paupéro, não resistiu às denúncias de participar de um esquema de corrupção que desviou quase R$ 40 milhões da Educação de Salvador e pediu demissão ao prefeito ACM Neto (DEM), no início da noite desta quarta-feira (30), como antecipou o Bocão News. Após conversar com o prefeito, Paupério formalizou a sua saída da administração municipal.

Desde o início do mês, o Ministério Público da Bahia investiga o envolvimento do secretário. Em 2009, Paupério era dono de três empresas que tinham convênios com o município, além de ser representante da Fundação Escola de Administração. Foram firmados 17 contratos entre as empresas de Paupério [Brian Inovações, Consultoria e Assessoria Ltda., Digital Instituto de Tecnologia Ltda. e Glia Comunicação, Design e Criatividade Ltda] e o município totalizando R$ 18 milhões. As empresas foram contratadas para orientar pais de alunos sobre matrículas nas escolas, sem processo licitatório e “sem qualquer prova da efetiva realização dos serviços”, segundo o MP. Outras denúncias foram surgindo, após investigação do MP-BA.

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