Política

Ex-diretor do metrô de SP em gestões tucanas delata, e 14 viram réus na Lava Jato

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Segundo a Lava Jato de SP, Brasil admitiu ter recebido pagamento das cinco construtoras para favorecê-las em concorrências do Metrô.   |   Bnews - Divulgação Divulgação/Alesp

Publicado em 09/08/2019, às 20h02   Folhapress



Executivos das empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e OAS viraram réus sob acusação de crimes de corrupção na construção das linhas 2-Verde, 5-Lilás e 6-Laranja do Metrô de São Paulo, em ação apresentada pela força-tarefa da Lava Jato paulista.

A denúncia do Ministério Público Federal contra os executivos, aceita nesta sexta (9) pela juíza federal substituta Flavia Serizawa e Silva, usou elementos da delação premiada de Sérgio Brasil, ex-diretor do Metrô de SP e ex-assessor de PPP (parcerias público-privadas) na Secretaria de Planejamento dos governos José Serra e Geraldo Alckmin, do PSDB.

Um dos denunciados é o próprio Brasil, que deve obter benefícios da justiça por ser um delator. No total, são 14 réus, entre eles outros delatores, como os executivos da Odebrecht.

Segundo a Lava Jato de SP, Brasil admitiu ter recebido pagamento das cinco construtoras para favorecê-las em concorrências do Metrô. 

Além dele, o Ministério Público Federal apresentou ação contra integrantes ou ex-integrantes da Odebrecht (Fabio Andreani Gandolfo, Benedicto da Silva Júnior, Celso da Fonseca Rodrigues, Luiz Antonio Bueno Júnior, Arnaldo Cumplido de Souza e Carlos Armando Guedes Paschoal), Andrade Gutierrez (Flávio David Barra, Dario Rodrigues Leite Neto e Anuar Benedito Caram), Queiroz Galvão (Mário Bianchini Júnior e Carlos Alberto Mendes dos Santos) e OAS (José Alexis Beghini Carvalho e Carlos Henrique Barbosa Lemos).

Na denúncia, os procuradores dizem que há suspeitas de corrupção na ampliação das linhas 2 e 5 do Metrô e também na montagem da parceria público-privada que resultou no projeto da linha 6. 

Na linha 2-Verde, Brasil afirmou ter trabalhado para manter os contratos, celebrados em 1990, por meio de 29 aditivos. Ele teria recebido R$ 2 milhões das empresas.

Já a linha 5-Lilás, ele disse ter trabalhado para direcionar a licitação do trecho entre as estações Largo 13 e Chácara Klabin, de modo a favorecer as empreiteiras.

Antes, Brasil também havia sido citado por delatores da Odebrecht, que diziam ter feito repasses a agentes públicos para viabilizar contratos e até liberações de vias públicas para a execução das obras. 

Separadamente, a força-tarefa da Lava Jato de São Paulo tem investigado pagamentos feitos à Camargo Corrêa por intermédio de doleiros. À Justiça Federal, os procuradores informaram que continua a investigar a participação de outras pessoas nos episódios sob suspeita de corrupção. Também apura cartel das empresas.

A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa dos acusados.

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